Tuesday, December 25, 2007

..ou não
pra você eu digo sim...

shh

shhhhhhh quero tocar seu silêncio

Thursday, December 20, 2007

nada de mais, nada atráves...

não tenho pensado em nada. nem me perguntado nada.
ninguém tem me respondido nada, nem tenho querido nada. não quero penas de alguma alma mesmo que penada, e não é que eu esteja sem sentir calor nem fogo, como o arnaldo antunes numa das músicas dele, mas... nada. não tenho atrasado nada. nem adiantado nada. nem em tempo nada.
não tenho esperado nada. nem anh..nada.

piuí piuí piuí abacaxi

choque choque choque choque por aí...

Wednesday, December 19, 2007

please disturb

melhorei. o que que uma trilha sonora não faz com as pessoas...
e não sou bipolar não, hein!

diluir-me

agora meus dias são de insustentável leveza, sim.
ando de mau humor por não ter um bom motivo pra estar de bom humor. mesmo sabendo que ele não me é necessário...
ou por que meus bons motivos se tornaram não motivos, ou bons motivos pro oposto do meu ex estado de espírito. ou então talvez eu não tivesse um bom motivo mas se precisasse de um eu tinha no meu estoque mas ele sumiu. entende? heh
ando assim, hoje, mal humorada e decepcionada.
e decepcionante também. mas ah, isso não é de hoje..

tava pensando em mudar o título desse post pra 'do not disturb', mas acho que no fundo eu quero que alguém me perturbe. pro bem. o resto que se perturbe sozinho...

Tuesday, December 18, 2007

saudade assim faz roer

saudade ruim de coisas que não voltam. nem vêm.
saudade amarga que nem jiló...
ai que me dera...

Monday, December 17, 2007

Little Jeannie


Oh little Jeannie/you got so much love/ little Jeannie /And you take it where it strike/ and give it to the likes of me/Oh little Jeannie/ she got so much love/ little Jeannie/ So I see you when I can/ you make me all a man can be/ And I want you to be my acrobat/ I want you to be my lover/Oh there were others who would treat you cruel/ And oh little Jeannie/ you were always someone's fool/Little Jeannie/ you got so much time, little Jeannie/Though you've grown beyond your years/ you still retain the fears of youth/Oh little Jeannie/ you got so much time/ little Jeannie/ But you're burning it up so fast/ searching for some lasting truth/ And I want you to be my acrobat/ I want you to be my lover/Oh there were others who would treat you cruel/But oh Jeannie/I will always be your fool/And I want you to be my acrobat/ I want you to be my lover/Oh there were others/ and I've known quite a few/But oh oh Jeannie/ I'm still in love with you/Stepped into my life from a bad dream/ Making the life that I had seem suddenly shiny and new/ Oh Jeannie/ I'm so in love with you/ Stepped into my life from a bad dream..

Sunday, December 16, 2007

em seguida..

eu me deparo com uma escritora moderna que eu adoro, que fala fácil e não fala de almas, corpos, existencialismo ou instintos, e tá ligando mais é pra poder falar do quanto gosta dos cachinhos do último cara que foi na casa dela e de como ela gosta do jeito que ele a toca, e me pergunto:
pra que saber da alma ou do corpo? ou dos dois juntos?
alguma coisa funciona ali e é isso.
se eu conseguisse lidar bem com essa simplicidade das coisas, com esse prato raso que fazem dos sentimentos, eu com certeza me jogaria muito mais. mesmo que desse de cara no prato.
mas não teria um blog.

soul meets body

quando eu fico bêbada eu apóio o manuel bandeira quando ele diz que os corpos se entendem mas as almas não. mas a luz do dia, na clareza da sobriedade, eu quero muito apoiar - e até apóio - a clarice, quando ela diz que as almas se falam mesmo mudas, que elas se entendem e não se gastam por que são infinitas...
tô de ressaca. e agora?

Saturday, December 15, 2007

fera adormecida

eu sinceramente gosto quando meus instintos se acentuam. a pena é quando deixam só resquícios de que se acentuou, latejou, latiu, não mordeu, e adormeceu...
como vou eu, explicar um instinto depois de tê-lo recolhido? por favor, que seus resquícios se apaguem assim que a a madrugada adormecê-lo.

Friday, December 14, 2007

:)

acordei de bom humor, levantei de bom humor, tomei banho de bom humor, tomei café de bom humor, fumei de bom humor, me atrasei de bom humor, fui de bom humor, voltei de bom humor, e aqui, estou, muito bem humorada. obrigada.
meu dia está lindo. e quietinho.
cranberries é sempre minha melhor companhia nesses dias. :)

Thursday, December 13, 2007

quanto pesa a leveza

ontem a noite minha noite de leve fez pesar o papel, minhas páginas do caderno de anotações não tem mais espaço em branco...mas minha cabeça tem.
não a esvaziei. quis enchê-la.

fernando pessoa

para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.
descreva

Wednesday, December 12, 2007

com açúcar com afeto

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto/Pra você parar em casa, qual o quê/Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito/Quando diz que não se atrasa/Você diz que é um operário, sai em busca do salário/Pra poder me sustentar, qual o quê/No caminho da oficina, há um bar em cada esquina/Pra você comemorar, sei lá o quê/Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto/Discutindo futebol/E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias/Coloridas pelo sol/Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo/Você vai querer cantar/Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo/Pra você rememorar/Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança/Pra chorar o meu perdão, qual o quê/Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida/Pra agradar meu coração/E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado/Ainda quis me aborrecer, qual o quê/Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato/E abro os meus braços pra você/

minha trilha sonora de hoje..na voz da Fernanda Takai

Tuesday, December 11, 2007

tenho sabor

não tenho pesadelos, estoques de pedidos esperando meu carro passar na linha do trem, preces, lista de presentes, um amor platônico, um amor perdido, um amor correspondido, um amor - mas tenho amor. não tenho medo, não tenho pressa, não tenho pretensão, não tenho tristezas, não tenho azia, tenho música e amigos. não tenho razão, insegurança, uma ou mais máscaras, não tenho nada reprimido, nem frio. não tenho insônia, tonturas, decepções, não tenho perguntas, tampouco respostas. tenho cor, não tenho dor, não tenho horas, nem medida. não tenho rima, mas tenho a poesia.
todos são pontos positivos.

são meus dias de leveza. e nada insustentáveis...

Monday, December 10, 2007

perca-se

perdi um som. um amor, um filho, um fósforo, um fio de cabelo, um amigo, um nascer do sol, uma viagem, um pedaço da torrada, uma fita de cabelo, o tesão. perdi uma companhia, uma nova perspectiva, uma aula de geografia, um show do jorge ben, uma corda do violão, uma foto, o último gole de coca, um bilhete, uma noite, o sono, uma estrofe, a cor, um cigarro, uma festa, o avião, uma carta, a fé, a passagem do ônibus, uma jaqueta, vinte reais, um botão, uma flor, a hora, o emprego, um sorriso...

(tô pensando na continuação)

mas ah, não tem uma continuação, né? o que se perde perdido está. não nos encontramos dentro disso mas se encontra tudo isso em nós. até o fósforo. o clarão é sempre nosso..
ou então, ganha-se novos.

Sunday, December 09, 2007

quero escrever sobre perdas
volto já

Friday, December 07, 2007

pra quê serve?

explicar por que não consigo, por que gosto, por que quero, por que sinto, por que posso, por que não, por que vou, por que volto, por que ando, por que vivo, por que morro. será que vou ter que
(me) explicar isso também?

não quero nada disso. hoje não quero saber de mim. nem dos meus seminários sobre mim mesma.

Wednesday, December 05, 2007

corar

não sei o que dizer...
sei que ao colocar palavras na minha boca algo as tirará de mim quando te olhar...

há amor

Hoje tenho instantes cada vez mais eternos. E na eternidade o tempo não corre. Nem eu.

Vou.
Todo o abismo é navegável a barquinhos de papel, dizia Guimarães. E acho que os ganhei...
Perdi muitos amores pra descobrir que amor há em mim e há muito. Há amor em tudo que me enreda..Cambaleio pra saber andar mas ando pra saber tropeçar e dançar em plena imensidão...

As feridas são como o a fragilidade do vidro...Não deixam de vir do fogo...

Thursday, November 29, 2007

vida a dois

"Dois seres que se amam profundamente não precisam de outras justificações para amar a vida. Bastam-se, não precisam de nada nem de ninguém. O amor autêntico, que pode ser preservado apesar da passagem dos anos, dá à vida todo o sentido, toda a sua razão de ser. Não é a única forma de dar razão à existência, mas pode ser a mais bela razão de viver que existe."

Sunday, November 25, 2007

ópio

Segui até meu quarto. Enquanto acordava pro sono deitei primeiro minha cabeça, seguida dos braços, e enfim as pernas. Meu pensamento se arrastava no nada assim como me arrastei pra chegar ao meu quarto. Continuei me arrastando nos pontos pratas do preto e dormi.
Acordei com meus pés no chão conflitando com os seus, num sapato preto, e reparei meus olhos aquarelando nos seus. Como é bem isso?

Você se aproximou de mim sem mexer um músculo do corpo. Eu esperava uma fusão de corpos mas anatomicamente isso não seria possível.
Aí você desistiu de que a física quântica fizesse alguma coisa por nós e me pegou no braço e me trouxe até seu colo. Me sentou de pernas abertas nas suas pernas quase abertas, numa calça jeans horrível desbotada que eu não conhecia mas sabia que você insistia em usar.
Se você me olhasse mais, a aquarela viraria um oceano e afogada eu estaria. E mesmo que fosse por isso que eu pedia todos os segundos dos meus dias, que fosse por isso que eu pedia quase calada todas as noites da semana, eu tremia. Mas você veio.
Veio e se lançou, veio e se fincou. E aí, eu entrei. Você entrou. Como no Fale Com Ela, do Almodovar. Mais cinza e espiritual pra quem nos fosse filmar. E eu fui vendo tudo em você. De cima abaixo, do meio a cima, de baixo ao meio, da esquerda a direita. Os cabelos, o corpo, o lenço, as mãos, o toque, a voz, e agora então eu estava prester a me deparar com as entranhas, as cordas vocais, o ventre, os ossos, e era tudo você. O que eu queria de você: você
Comecei a ver embaçado
Aí você veio mais e mais, ou eu que entrei mais e mais sem perceber e caí. Caí e de comoção, chorei. Ali eu me refugiei do mundo e só ouvia você, só via você, só sentia você, só tocava você, só contemplava você, só entornava você, só desviava em você, só me deparava com você. E foi então que percebi que talvez eu estivesse dentro de mim.
Seu lábio tocou meu rosto, cerrou meus olhos, sua saliva me tocou como o ópio toca o organismo dos mortais, e você desceu em mim. Sua boca desceu em mim, seus dedos desceram em mim, seus olhos desceram em mim. E cada vez mais eu te deixava entrar, arrombar a porta do meu ser, tocar meu corpo com gestos inimagináveis, penetráveis, tangíveis e sensivelmente delicados; E escancarando-se em mim, sem contemplar, sem recitar, sem ninar, mas escancarando-me pra você, entrando sem a permissão consentida, arrombando as minhas portas que ansiavam por isso, me drogando na sua saliva e me sujeitando a sua carne...
Eu acordei.

Friday, November 23, 2007

valsa

"quero em ti, firme chão
e quero a ti, em asas azuis;
quero te, a flanar cores que diluis
e quero cair em ti em plena escuridão
quero a ti, simples traço
e tua suspensa amplidão
quero em ti solução
e jamais descompasso..."

Thursday, November 22, 2007

a viver

passo- me a vontade de arder meus olhos pra poder cair onde meu corpo caísse...
por que pra todos os lados que olho, eu não olho, e todos os cheiros que sinto, eu não sinto. tudo que ouço, não ouço, e tudo que quero, desquero.

mas ouvi dizer que me deram a vida..não a eternidade...
então?
ensina-me

Tuesday, November 13, 2007

acordes

borboletas não voam no meu estômago
mas me ensinam a voar...

andança

risco fino rasga sem dor..
o papel dos dias
e une vida
aos últimos momentos
risco fino rasga sem dor
o papel da vida
nos dias
dos últimos trechos...

Friday, November 02, 2007

citando cecília, 'é uma coisa ridícula, mas oh, as ridículas coisas são necessárias'. vivi um amor platônico de poucos dias, mas muitas horas...então que meu imaginário vá, ou venha, no caso, por que no fim das contas é ele que resta, né? escrevi...o platônico só rima rimas mesmo...

"...assim como teu corpo, que não é o mais belo
mas que é teu
e envoltará meu corpo no teu corpo
como uma concha a envolver a peróla
a deitar...

as tuas cores que não são únicas
mas tu, que tem cores a entornar-te quando vejo-te sem olhar
vivendo sem me ter lúcida
sem recitar

o que ouves, o que ouves que não é o mais belo
mas acentuo no último verso o que toca em ti
que é o que toca em mim pra ti
e o que te toco é o belo
por ser teu
e por fim toco-te
sem nem ao menos cantar..."

Wednesday, October 31, 2007

grandes prazeres

"...Então comecei a namorar a Ana. Uma jornalista frustada que adorava meu jeito de dançar mesmo sabendo que eu não sabia dançar. (E ainda não sei).Eu sempre a olhei com os olhos curiosos. A cada dia que passava eu percebia uma nova pinta no corpo dela, um novo deslize, uma nova melodia pra curar o tédio dos carros que passavam em frente a nossa casa, um novo suspiro, uma novo abrigo em cada dobra do corpo, uma nova estrela no nosso namoro cinco estrelas...E deitávamos pra viver e sentir o tempo passar. Até que uma nevoa cobriu nosso céu e a gente seguiu por universos paralelos. Ela me dizia que a gente se encontraria no infinito. E eu, sem concerto, fui.Depois veio a Cintia, uma fotógrafa que se apaixonou pelos meus olhos. E como apaixonou. Ela me ensinou que a nossa tristeza era uma alegria falhada, e mais nada. E eu ensinei pra ela como era mais sensível fotografar com os olhos. Até hoje percebo que, no futuro, a sensibilidade deforma um pouco a foto que guardamos conosco. E também, eu não sei fotografar.A Cintia gostava de pintar e tentou me convencer com mil pinturas como eu fico linda dormindo. Eu acho que era pintada mais delicada do que devo ser enquanto durmo. O guache dá essa impressão...E o amor também.Mas um dia resolvi que queria ser pintada pelo resto do mundo pra poder me pintar. E, incompleta, fui...Depois delas veio a Alice e algumas outras. A Alice gostava de xuxu com cenoura e eu achava lindo o jeito que ela tinha de me olhar e me tocar. Era um prazer sublime que compartilhávamos em segredo depois de tomar frapê de chocolate enquanto rolávamos no sofá cantando 'here comes the sunnn little darling...' A Alice tinha uma alegria diária de andar do meu lado e de viver ao meu lado. De sambar em mim e pra mim, de se debruçar em mim e por mim, de gritar pra mim e por mim... Mas meu peito doeu de tanto samba e de tanto peso, e medrosa, eu fui...Então veio a Paula, que tinha as mãos pequenas e o nariz arrebitado. A Paula tinha gosto de pêssego. E era incrível como o sussurro dela me fazia tremer. Ela falava baixinho, e mais baixinho ainda quando falava pra me ver bamba. E via. Ela me tocava como se tocasse cristal. E me segurava na mesma intensidade. Até que me soltou. E eu fui...Depois vieram mais algumas que me amaram por que queriam amar. Amaram o amor, talvez. E eu ia, como sempre fui. Já sabia me pintar, continuava tentando dançar, não fotografava, ainda tremia, rolava no sofá, mas sabia ir..."

retirando-me

haha, tem coisas na vida que precisam MESMO que o nosso ego seja desprezado...
tenho treinado isso. acho que é funcional. treinar, no caso. não necessariamente o desprezo do ego. até porque pode servir pra ver a falta que ele faz.

Thursday, October 25, 2007

Ah, Vinicius...

Sofre pelo que não ama
E de noite em sua cama
Dorme sozinho

Sofre pelo que não chama
De manhã, em sua cama
O seu carinho.

Sofre pelo que procura
Apenas uma aventura
Por esta vida
E tem de cada criatura
O viço que pouco dura
Na flor colhida.

Sofre por quem não espera
E vê em cada primavera
O doce instante
E que não planta um pé de hera
Com que chegar à primavera
Desabrochante.

Monday, September 17, 2007

tempos depois...

juro, às vezes queria me morder dos pés a cabeça pra ver se me sentia. ou pra ver se machucava alguma coisa além da pele e fazia sair de mim esse encherto que não são flores...

"Mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar."

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "



LIMITAÇÃO HUMANA

Sunday, June 10, 2007

o que te faz chorar?

Thursday, May 24, 2007

fim da infinda tinta de pintar tristeza.

já passou muito tempo, muita vida, muita flor no chão riscado de giz e compasso...

e assim, delicadamente e arrancando pedaço, a paz brotou.de hoje em diante não tem ponteiro. não é mais conhecido o contar de tempo - por que é o tempo todo durante todo o tempo. toda a hora é hora. minuto é mais e menos, assim, tic tac, onomatopéia acalmada e antítese simplificada quando minhas pinceladas tocam a tela curva que me falta, mas volta - logo - ao centro da cama. no centro do jardim regado a suor. cheiro. nossos. como tudo que gira em (nossa) volta, agora - nossos. giro em deleite e devoro. devoro a paz-presença-corpo-toque-fala-cala-falta.

devoro-te

Monday, May 14, 2007

Barco embriado ao mar.

Eu me atiro. Atiro-me,
Flecha, projétil lançado ao mar
Lançando-me à ventos sulistas
Correntezas marítmas
Correm-me.

Eu me nado. Inundo-me
Cortam-me terras e verdes
Amarelam-me os sóis
Terra, azul, vento e mar
A sós

Apoio-me em barragens insólidas
Vento-me. Invento-me
Vendavam-me vendavais
Não escuto
Salidifico-me.

E se me finco, desfinco
Desficam-me
E ficam-me
Lágrimas em repouso
E nada segue
Nado cega

Ventos do norte

Arrastam-me, arrasto-me
Quanto tempo demoro
A voltar ao mar?
Vento, terras poucas?
Não me deixo deixar...

Wednesday, May 09, 2007

nômade

assim não dá, né? nem atualizar atualizo mais..
tanta coisa já passou pela minha cabeça e corpo esses dias que nem vale a pena começar. nem terminar. enfim...
essa minha vontade de viver e essa falta de vontade de escrever é que tá fazendo isso comigo. e é sempre quando decido resistir a ansiedade que vem bater porta aqui. e ela entra, viu? entra, faz barulho, baderna, grita esperneia bagunça, aí eu mando ela embora e decido sair eu. deixar essa bagunça de lado. não é uma coisa bem como varrer-pra-deibaixo-do-tapete, é algo como trocar de piso junto com a sujeira. aliás, não pisar. é bom, até que volte. é um ciclo, sempre volta, as vezes pelo mesmo motivo, mas só por que ela precisa de um motivo pra entrar. e eu gosto, gosto dessa bagunça que se cria de vez em quando. eu não limpo mesmo..só deixo...e deixo...acho que tô virando nômade sem saber. e oh: até que é bom!

Tuesday, April 03, 2007

pra sempre pra frente

Eu tentei viu, tentei escapar de pensar nisso ou escrever sobre isso. Afinal, não tem nada pra sair ou ser colocado no lugar...
Nostalgia é engraçado né? Eu tava aqui, vendo fotos e ouvindo uma música que me remete os tempos (bem) passados e a sensação que dá não é de querer voltar atrás. Só passa pela cabeça a irônia de pensar que toda a intensidade que havia no momento, se esvairou. Virou pó - hoje se transformou só numa irônia da vida que de vez em quando por acaso passa pela sua frente, ou pelos seus ouvidos...

Wednesday, March 28, 2007

há em mim uma pequena luz , um ínfimo fogo a beira de crescer ou perder-se em brisas. prefiro mantê-lo aceso. qualquer dia ele incendiará uma floresta toda. questão de tempo e de bons momentos...

Monday, March 26, 2007

cecília

Cecília
Quantos artistas entoam baladas
Pra suas amadas com grandes orquestras
Como os invejo
Como os admiro
Eu que te vejo e nem quase respiro

Quantos poetas românticos prosam
Exaltam suas musas com todas as letras
Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu que soletro teu nome no escuro

Me escuta, Cecília
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas

Pode ser, que entre abertos, meus lábios, de leve
Tremecem por ti
Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília
Teu nome espalhar por aí

Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias com mil refletores

Eu que não digo
Mas ardo de desejo
Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir...



quem diz que não é a música mais linda desse meu brasil? deus do céu...

Tuesday, March 20, 2007


"Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade (...) a gente tá se perdendo todos os dias, pedindo pra pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se recusar a se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega (...) A gente sempre procura um amor que dure o máximo possível. Procura , procura, procura, talvez tu aches.

Pra mim é horrivel eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Esse espaço branco entre 2 encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, ás vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa, uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não aguenta o fato de estar sozinho. Eu me sinto super feliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu. "

Caio F - out/70

japonês em braile

meu consciente me detesta.

eu gosto mesmo é do meu incosciente.
assim, de vez em quando falta compatibilidade entre nós
mas é com ele que fico

completa minha cama, sabe

Monday, March 19, 2007

nessa espera o mundo gira em linhas tortas

arriscaR que nada, eu tô aqui imóvel, parada, estática presa a um círculo de turbilhões dentro de mim
as palavras tão dispersas, perdidas
e eu espero em pé pelo acerto das linhas (contidas)
meus movimentos pararam, meu pião não anda pra trás
aí termina
enlaço minha lógica
sem rima.

de lado sentindo
de frente..?

anh?
''para te escrever eu me perfumo toda''

repetindo e repetindo

qual é a medida exata quando não se sabe o favorecimento de vazar...ou secar...?

eu ando quieta, calma, tentando preencher uma lacuna que desde sempre é lacuna, ando com os olhos pouco atentos pro mundo, presto atenção nas palavras, não nos lábios que as emitem, ou na voz de entonação rígida ou desleixada que deveria ser notada...
tenho mil perguntas dispersas em centenas de cadernos perdidos no quarto, e se eu fosse fazê-las...elas seriam respondidas pela minha incerteza.
muita coisa já foi posta pra fora, e outras parecem ter estagnado uma sombra de uma luz que...não deveria ter sombra, e na verdade, não a tem.
meu contexto não me encanta, os detalhes pequenos, pequenos detalhes, detalhadamente detalhados são meu passa-tempo, o ruído numa melodia que não existiria se não tivesse ruído. e quando acaba, quando o disco muda, é perceptível que eram tão baixos, calmos os ruídos, que não afetvam a música, não se quase ouviam...
preciso de muitas respostas, preciso achar muita coisa, e preciso, acima de tudo...repetir o disco, emudecer os ruídos..

Sunday, March 18, 2007

guarde um sonho bom pra mim

engraçado como acordei de bom humor. e caçando um motivo pra esse acordar, eu não o encontraria.
tive um sonho em que nem tudo foi bom, mas que tudo que houve nele era, - até conscientemente - o que eu almejei nos últimos dias. acordei com a sensação de que tivesse alcançado o que os meus braços não são capazes de alcançar aqui, nesse meu viver consciente...talvez outros me alcancem. e não, não houveram braços, abraços...houveram palavras, que é o que tem me movido nos últimos dias, palavras de parar qualquer ímpeto antes de ouvi-las.

e gente,
www.myspace.com/brunacaramm

lindo, lindo...

qualquer coisa que se diga...

as vezes não sai, né? a gente tenta, tenta, tenta, e por mais que queira, não sai.
e tem vezes que não tem nada dentro. a gente tenta, vasculha, sacode, vira de ponta cabeça, e quando acha alguma coisa...fica lindo. mas aí se percebe que não tava dentro. e quem fica de ponta cabeça é a gente..

Friday, March 16, 2007

de manhã é tudo mais bonito

banho de chuva no tanque manhã de sol sem sal paisagem torta olhos céticos azul de mar verde de mato cheiro de vento formiga e fermento cheiro de gente peixe grande em mar maior ainda gente em subindo com o mundo caindo
gente em pé descendo com o sol subindo

Thursday, March 15, 2007

não quero muito nem quero pouco, não quero o amargo nem quero o muito doce...quero assim, a dose certa. medida perfeita sem marcação de medida.
mas qual é ela, né?

Wednesday, March 14, 2007

até o fim raiar.

eu sigo, né.
em frente, adiante, assim, com os passos largos...tenho medo do hoje. e cria-se uma antítese em relação ao futuro...a ansiedade...e mais medo...

mapa do meu nada II

Nada, tudo, do nada tudo, tudo do nada, nada do tudo, do tudo o nada, o quase tudo, o nada, perto de tudo, quase nada. Perto de tudo, longe de nada, longe de tudo, perto do nada caminho pro nada, recortes de tudo, cheia de nada vazio de tudo. Fome de tudo, completa do nada, quase cheia de tudo, síntese do nada. Sinto o tudo. Formada de tudo, incluindo o nada. Divisão sem marcação. Venho do outro tudo ao encontro de quem vem do nada.

Tuesday, March 13, 2007

vazio lotado de infinito

sabe-se lá a origem, mas tornou-se completo pelos recortes de outros, palavras de outras. e esvaziou-se de si.
cadê?

horóscopo...

Todos os sentimentos que são engolidos à seco, porque teoricamente não seria adequado manifestá-los, acabam se transformando em ressentimentos que, depois, sua alma nem terá como lembrar os acontecimentos onde verdadeiramente se originaram.

Monday, March 12, 2007

definições

diferenciar, com dificuldade, mas diferenciar, o que o corpo manda e o que a mente busca.
já perceberam que é tamanha diferença e não se sabe distingui-los em algumas situações? essa coisa de sentir é que estraga.

ué, pra quê?

a gente muda, se faz e desfaz quando acorda ou vai dormir e vê que o combustível pra continuar não é o que o que por ora se encaixava na lacuna dele...
e enquanto o resto pinga, a gente quer mais é mudar o que não tá ao nosso alcance, né não? míssil lançado não volta atrás.
mas eu quero é que pelo o menos exploda algo.


ou não

Thursday, March 08, 2007

ímpeto.

paciência

hoje vi e ouvi muitas vezes essa palavra...

Tuesday, March 06, 2007

acostamento.

(...)

Luz do dia no amanhecer da noite
Pôr da tarde enquanto anoitece o dia

Minha essência é da flor que sou, que cuidas. É a unção dos perfumes iguais que exalei em outros corpos, outras mãos que me cuidaram, passaram e não ficaram por serem apenas tuas mãos que me cabem, teus passos que estagnam, teus braços que me movem...

Monday, March 05, 2007

love love love

i see love everywhere.

engraçado como soa bem melhor do que
'eu vejo amor em todo o lugar' , né não?

é isso...eu vejo.

tudo errado.

muito grande aqui, pequeno demais ali...
e cada vez vejo mais cimentada uma parede em mim. cimento e lágrimas, já dizia chico, né não? e o que há em mim de bonito e amplo não é sincero. a sinceridade foi cimentada, ergueu-se em tamanha amplidão que deveria ser voltada para outra coisa...
muito frio aqui...impressão de calor ali.
e assim sigo. fazer o que?

Friday, March 02, 2007

fazem.

nada se deve fazer na esperança da esperada reação (alheia),
deve-se fazer levando em conta apenas a repercurssão que refletirá na própria alma.

tá entendido?
tá dito então.

Thursday, March 01, 2007

não adianta

eu não sinto.
eu empurro, puxo, dou um jeito de fazer a hora quase-certa ser a completamente certa. e mesmo enganando a mim e a quem vê, ela continua sendo quase-certa.
eu faço alguns movimentos que aparentam sutilidade e descrição, mudo-os, moldo-os, mas digo-vos: não há moldagem ou molde feita/o à mãos pro abstrato. e não há mudança feita por nós que desfaça o que foi feito graças a o que é. tão me entendendo? mesmo enganando os olhos e a mente empurrando, puxando, moldando, mudando, eu não sinto. sabe por que? por que não há empurrão, puxada, molde ou mudança que mude o não. não agora...ele cairá ou estagnará por si. moldado pelo tempo, pelo vento, mudado por si.
falta dói, né não?
dói muito.

blog.

pergunta-se, pra quê um blog?
pra quem passa muito tempo sentado em frente à um computador, escrever suas passagens no mesmo é mais cômodo, menos trabalhoso do que sair do mesmo e pôr-se a escrever numa folha de papel...
mas já nele, escolhe-se a estética e se ele se tornará ou não público. então, de alguma forma, isso tudo, a estética, o contexto, os textos, os pequenos detalhes que tanto importam, são para serem vistos. e é uma questão de 'quem lê' que nos faz privar ou desprivar o resto de ler.
alguns textos deixam o escritor tão orgulhoso de si, por saber usar as palavras certas com a entonação certa que a vontade de expor isso até floresce. mas ao mesmo tempo, desabafos mais simples e mais pobres de boas palavras e colocações deixam que a idéia de exposição lhe incomode.
mas perá lá, esses desabafos mais simples e pobres de boas palavras, colocações e idéias não são pobres em si. há só um entendimento maior de si para consigo e até para com os outros sem grandes enfeites. mas há medo, medo de se expor assim, sem nem ao menos alguma subjetividade para quem lê.
medo de mostrar a si, medo de ser-se em belas palavras mas ao mesmo tempo em palavras simples, em textos diretos, em revoltas voltadas à um sentimento que não devia ser exposto. e por que não? por que há medo.

Wednesday, February 28, 2007

ok.

internet por vezes (se não em sua totalidade) é um macete de aliviar a solidão pulsante. eu digo, esperar ser chamado, convidado por aqui. por que esse é o meio que se tem pra qualquer coisa. nem o telefone é mais comum pra dizer 'ah, lembrei de você. como você tá?'. e eu sempre passei (e passo) grande parte do tempo aqui pra isso.
mas olha lá, admito que hoje nada de ruim me invadiu e me tomou enquanto eu estava no mesmo lugar, mas fazendo outras coisas sem ser estar sentada aqui. solidão em geral me invade de uma forma arrebatadora, posso ver qualquer coisa à minha frente, atrás de mim. mas ao meu lado não. e isso me toma, me engole. mas o ato de estar sozinha comigo mesma e ao mesmo tempo muito bem acompanhada também me toma. ou ao menos me tomou, hoje. de uma forma muito convidativa. como quem diz 'venha sempre, viu' e é respondida na mesma entonação. agradecendo ambos os lados...
ai, muita coisa boa hoje... só. (de solidão)

fui ao cinema e me percebi muito observadora. sentei no café alguns minutos antes do filme, e duas senhoras estavam sentadas tomando café também. uma em cada mesa. aquelas senhoras simpáticas, não aquelas rabugentas com cara de quem não gosta de nada à sua volta. uma ainda era mais simpática, a outra parecida mais fechada. aliás, creio que mais sozinha. enfim, uma senhora de rosa e uma senhora de verde. combinando dos pés à cabeça. de repente chegou uma terceira senhora, e disse 'por que as duas em mesas diferentes?' e percebeu alguns segundos depois de dizê-lo, que havia confundido a senhora de verde com uma outra amiga, e se corrigiu 'ai, pensei que fosse a maria amélia, lembra, não lembra?' - perguntou à sua amiga (creio eu) de rosa. e a senhora de verde olhava pra mesa das duas,enquanto a terceira senhora se sentava com um olhar como quem diz 'ei...', meio vago, como quem quer dizer algo mas não se sabe o que, sabe? então lhe veio à cabeça 'ela também chama maria amélia?' e a terceira senhora respondeu que não. achei muito peculiar a senhora de verde querer muito a atenção das duas, todos os seus gestos e olhares eram como quem queria se aproximar...assim, mesmo sendo sozinha e se adequando à isso, a atenção alheia lhe era necessária, ou se não necessária, querida...

e gente, 'fonte da vida' é um puta filme lindo. tanto a estética quanto o contexto. muito bom mesmo! recomendo.

Monday, February 26, 2007

resto

eu receio o resto.
sabe aquele resto do mundo que não tem nada com nada mas que poder ter tudo a ver com a metade do ponto? então, é isso.
você não atira num filha-da-puta por que o resto vai te causar consequências, você não come a mulher do seu amigo por que o resto (no caso, seu amigo) vai te causar consequências também. e por aí vai. claro que eu sou muito mais dramática e o resto do mundo no meu caso não deveria ser receado. mas ele é, tá me entendendo? eu receio e eu volto atrás. deixo de fazer, faço e desfaço. minha metade do ponto pode deixar o resto entrar...
(não) força.

Thursday, February 22, 2007

por favor...

Wednesday, February 21, 2007

esperando aviões.

"sou alguém que não está inteiro, formado em si mesmo, alguém que precisa do outro para se reconhecer como ser humano pois, uma parte de mim está no outro."

Tzvetan Todorov


é isso, isso sempre e isso simples. peço desculpas pela fraqueza de precisar de um suporte, da minha outra parte que não se encontra em mim...

whats inside of me

muita coisa junta e ao mesmo tempo, viva e mesmo viva, triste, eu não costumo deixar escrito...há em mim um silêncio restante.
ouve-se o peito como quem quer falar, e só.

Monday, February 19, 2007

bolhas de ar

Esse calor, essa tranquilidade me toma. Uma tranquilidade assim lenta, assim calada para deitar o que até então precisava ser erguido. E agora chove, chove forte e chove rápido, e é como se dentro de mim essa tranquilidade se perdesse, e apenas caísse em mim como um manto que cobre o que outrora não vingou. Agora em mim tudo cresce, a chuva, o calor, a tranquilidade e seus caminhos certos, errados que a levam até minha boca ou minhas mãos, quietas, o que não vingou, o que vingará, a vontade que pela metade é presente, uma vontade sempre fugitiva cheia de paradoxos que abrem mais e mais caminhos dentro de mim.
Tudo é uma grande boca que me toma.
E no silêncio dessa noite, depois de me percorreres dos pés a cabeça, em total fuga calma e compassada, sais de mim, assim, atada a tranquilidade que cobre o que me toma sem saber, e que me deita nos pingos da chuva...

Sunday, February 18, 2007

mapa do meu nada

'Você é dedos que eu te quero, tocou
Você é beijo que eu te quero, beijou
Você é Vênus que eu te quero, soprou
Não sou desses homens, eu te quero, atenção
O dedo deduz, dedo é dez se é dois
Tocando essa cor desde os pés do teu chão
Buscando afinar um satélite à-toa
Não sou desses homens, eu te quero há um tempão
Doido desejo chupando dedo num beco cheio de bêbados trêbados Chutando os prédios, pregando prego no prego
Réu da razão, do suplico, cuspe fútil
Nessa estrada cariada
Só você é o meio-fio de luz
Contramão sinalizada
No mapa do meu nada
Canção emocionada
Trajeto por teus fios...'

Friday, February 16, 2007

nada de mais, nada atráves...

há algo, claro que há algo.
me completa e se esvazia (em si)
oscila entre seus estados,
sua presença.

completa mas não vaza,
e não vazam-se palavras
não há gravidade em sua enfermidade

oscila entre silêncio e grito.


mas venha...

é...

"então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és..."

Caio Fernando


Alguma coisa tinha que calhar, né. Foi ele...

Thursday, February 15, 2007

dont shine

vou dizer, viu
se dependesse só do desempenho das palavras, talvez tudo já tivesse excedido.
mas não depende, então ainda há salvação. \o/

ok, internem-me.
foi só um desabafo.

Monday, February 12, 2007

how can i go home with nothing to say?

Talvez haja um detalhe maior que o citado abaixo. Minha capacidade de sutilizar meus pensamentos se perdeu e vaga por algum lugar fora de mim. E tudo que penso em escrever é bruto, sem melodia. Como uma guitarra sem afinação arranhando quem ouve. E quem toca.
Um pedra que guarda um diamante e se perde à caminho da lapidação.

até que volte a caber em mim.

eu como nem tão boa escritora que se preze, sempre gostei que outras palavras me descrevessem. outros textos, trechos. é um comodismo de não se dar ao trabalho de exprimir o que sente já que palavras de outros escritores, mas as palavras certas e na hora certa, calharam de exprimir o que está havendo. sempre me identifiquei tanto com outros trechos, textos, contos, cronicas, poemas, como com músicas. digo, sempre há uma música que se encaixa perfeitamente no que está acontecendo. e se for em outra língua, melhor ainda. parece que a falta de objetividade na língua suaviza ou intensifica qualquer frase sem graça, né?
mas há um detalhe.
e esse detalhe, é que hoje não há nada que consiga dizer o que estou tentando dizer. nem uma música a qual eu me identifique, nem uma simples frase.
aí me pergunto: 'será algo tão projetado que não há nem algo concreto pra fazê-lo real na escrita, ou ele é simplesmente indescritível?'

então, caros amigos, informo-lhes que a partir de hoje, enquanto esse detalhe do comodismo não couber no que sinto, terei que dar-lhes mais de mim. ou seja, meu romantismo com as minhas palavras nas minhas horas certas.

Sunday, February 11, 2007

somos quem podemos ser..

puta que pariu.
desculpem a espontaneadade em exagero, mas sabe quando se escuta uma coisa que não se ouvia há muitos anos, e ela volta dando um soco no estômago, mas três vezes mais forte? então.
ai.

Saturday, February 10, 2007

carpe diem???

às vezes me dá uma vontade de fingir que o mundo acaba daqui a algumas horas pra poder ter uma desculpa pra cada coisinha que eu fizer...aquelas coisas que se adia por pensar que mais pra frente vai funcionar, sabe? mas aí eu páro e penso: será que não funcionaria agora?
e ai eu páro e penso de novo: o que eu deveria fazer mesmo?
aí quando me lembro, me pergunto mais uma vez: pra que a pressa?



e quando vejo, já tenho resposta...porque corpo e mente têm pressa. têm pressa de viver...querer não é suficiente, né?
ai.

Friday, February 09, 2007

e por falar em pressa...

Temos pressa do mundo, e ele não tem pressa de nós.
Admito que nos meus últimos dias falta paixão pela vida, e o aguardo e a pressa é pelo supreendente. Da surpresa do papel em branco. Ou já escrito, mas ainda assim, surpreendente.

avisa?

e elas me arrastam à pressa. tenho pressa. essa corrida a qual não queria correr, e sim manter a calma, os passos curtos, sem o descontrole compassado.
essa vida em que tudo se seduz, me seduz a correr, a querer e a cair um pouco a cada trote.

por vezes concordo em ser-me e dar pequenos trotes adiante. passam-se horas e discordo ao ver que trotei em círculos, ou até mesmo de marcha ré.

siga a seta.

É, amigo. Tô cambaleando pra não cair fora da guia. Me coloquei num caminho muito estreito, tem borboletas voando dentro de mim, e elas não morrem no final do dia.

Thursday, February 08, 2007

(re)começa-se...

e se,
ouvem-se é por que dizem-se

- e onde não há dizer,

em sua falta,
dançam seus corpos em torno da sinfonia
tácitos
e se perdem na melodia...
intactos.



já dizia clarice que não se deve, e sobretudo amedronta dizer o que se sente. por que além de não conseguir exprimir o que se sente, o que se sente se transforma lentamente no que se diz...estou com ela.

Wednesday, February 07, 2007

estou no repeat esses dias. seja lá o que isso queira dizer.

totalmente demais

Linda como um neném
Que sexo tem, que sexo tem?
Namora sempre com gay
Que nexo faz?
Tão sexy gay

Rock'n'roll
Pra ela é jazz
Já transou
Hi-life, society
Bancando o jogo alto

Totalmente demais

Esperta como ninguém
Só vai na boa
Só se dá bem!
Na lua cheia tá doida
Apaixonada, não sei por quem

Agitou um broto a mais
Nem pensou, curtiu
Já foi!
Foi só pra relaxar

Totalmente demais

Sabe sempre quem tem
Faz avião, só se dá bem!
Se pensa que tem problema
Não tem problema
Faz sexo bem!

Totalmente demais

Armando Brandão na voz de Caetano.

Monday, February 05, 2007

659*


Corra. Corra sem pressa de chegar à extremidade de si mesmo. Se perca entre as sombras à sua frente. E não vá parando. Deixe-se cair aos poucos, essa é a intenção. Deixe-se cair aos pedaços, essas são apenas sobras, pedaços a mais de si mesmo que o externo lhe rendeu. E o contato com ele foi. Era o que deveria ter ficado. Sinta, sinta seus pés batendo com força, numa marcha rápida contra o vento, contra si mesmo. E vá de encontro à sua extremidade, que não contém nada além da pureza de si mesmo. Sinta a si.

Sunday, February 04, 2007

785/

Já são 00h24 e eu não tenho sono. Na verdade, não tenho sono, não tenho vontade, pulsação, otimismo ou se quer pessimismo. E o mau humor finca em mim toda a vez que, antes de voltar ao silêncio que me arranha a alma - é onde ouço a mim, só - percebo que nada, nem o externo, me trouxe o que não espero que me tragam (quero que venha sem esperar, é isso). E por dentro, nada vaza, tudo se esvazia.

222.

Eu sei lá.
Não tenho tido vontade de seguir esses caminhos. Não há nada em suas orlas que me indicie desfeche. Já não sei lidar com a minha extensão de ultimamente. E não tenho pernas longas para acompanhar-me. E por isso já estou voltando sem ao menos ter ido.

563.

pensa-se. e seguido do pensamento, pensa-se no pensamento alheio. eaí? deixa-se de pensar.
joga-se quando se vê que vêem-te tomando.
e por aí vai.
o cômico dos fatos, atos, chegou à mim.
foi clamada, por ignorância maior, a ordem de ignorarmos nossos fatos pensados, tomados, largados. e assim deixamos de pensar, e jogamos, catamos.
afinal, você é, ou são por você?

012

grito

os nomes que te levam embora
pra dentro de si
os que se atrevem a dizer
que não és feita
da poesia
que rege em teu peito
agora desfeito.

desespero

teus descompassos
de tantas curvas, tontos
os infindos pontos
que num bolero
te fogem das mãos

e o que proclamo
são teus pés pregados na cama
em sua final plena e honesta
solidão




poema velho. já estava nos achados e perdidos das minhas gavetas.

Friday, February 02, 2007

mas..o que faço com o que já comecei?

contradição nº 34

Gosto do novo. Gosto da folha em branco e a idéia de que tenho um imenso espaço em que posso recomeçar tudo.
Mas a questão é que, hoje não consigo dormir pensando que não quero recomeçar nem apagar o que já comecei. Não só pelo bom senso de saber que isso não acontece na vida, mas pelo motivo de que o que me encanta agora não é um recomeço. E sim um começo bem mais puro.
Hoje em mim adormece a idéia de que tenho que rabiscar todos os papéis em branco pra que estejam aptos à começá-los, começar-me.
Hoje tenho calma mas tenho pressa. Sinto-me contraditória. Não sei responder se quero o começo por não poder recomeçar o que já comecei, ou se o quero por querer sua pureza do branco, empoeirado, passado e amassado.
Sempre almejei muito alto, sempre quis poetizar cada verso, romantizar cada estrago. Mas hoje quero o mais simples e humano do novo, e de tão humano seja novo só em mim. Para começarmo-nos. Com as rimas mais simples da poesia, com o romântico do qualquer coisa por ser e estar.
Hoje, peço o começo. Sem borrachas, para ser meu esboço sem quadro. Quero-o só, quero-o sem nó.
Logo eu que sempre gostei tanto de desamarrá-los...

046

Tenho pensado muito no eterno retorno, e o ligado às pequenas coisas que tem me perturbado ultimamente. Que talvez a forma que elas impactaram na minha vida tenham um pouco de eterno retorno. Que todo esse orgulho, ego, que já foi bem maior e mais brilhante no passado, hoje me machuca quando o automaticismo de lustrá-lo vem. Parte de mim não o quer mais por perto, por dentro, no comando - Se é ele, e se não for, eu já não sei mais como e o que joguei na cruz. Aliás, nem é tão pavoroso assim. Mas tem uma imensidão em mim, me afogando. O automaticismo de lustrar o que já foi mais brilhante parece que é feito com panos de espetos metálicos. Tudo fere. E o atrito em mim cada vez mais, cega. Me deixa numa busca às escuras de mim mesma, em mim.
Eu sei lá. A vida devia ter ctrl z.

085

Eu vejo de uma maneira cômica a maneira que as pessoas têm de observar um interesse. Digo que, tenho visto pessoas próximas se fecharem à uma só maneira de enxergar os interesses de umas pessoas pelas outras. Como se, em cada palavra procurando intimidade ou um passo um pouco mais pra perto, o que há ali fosse além, significasse uma segunda intenção, uma quebra dos limites que na verdade mal existem. Porque não há quem sugira limites sem ser ambas as duas envolvidas. Ou quase envolvidas.
Claro que não me alego uma pessoa casta de segundas intenções, mas alego que isso não é regra para todos que tenho interesse em conhecer - pelo acaso ou se tiver que inventar um acaso.
Mesmo que nos dias atuais nada seja preciso pra se ir pra cama, pra estar junto à uma pessoa, ainda prego a idéia do conhecimento entre ambas antes de qualquer segunda ou terceira intenção. E que mesmo se empenhando pra conhecê-las, isso não precisar significar uma intenção de ficar, namorar, casar, ou simplesmente ter um acaso.
Quero, de certa maneira, não só me defender, mas defender à todos que não tem essa ousadia de ter segundas intenções com qualquer um, defender os convites, as falas procurando intimidade, e os passos um pouco mais pra perto, do julgamento de um interesse além do que a situação favorece. E se a situação não favorece nada, defendo aqueles que se fazem favoráveis por si. E de certa maneira, mas sem brutalidade alguma, contrario com minhas fracas palavras aqueles que vêm e julgam apenas da maneira que vêm.

Tuesday, January 30, 2007

056.

de ontem em diante faço-me pequena para me ajustar às tuas horas corridas, tuas horas mordidas, varridas. faço-me música para a valsa de teus passos em mim. faço-me noite, para que caminhes em mim, e em meu desnorteio, adormeças à minha guia.
poesiasemsom.


essa noite, invento de matar pontos em mim. tudo em mim excede.
A tarde pesa tanto de azul que tropeça. Eu mergulho meus olhos no rio, xícara de chá, despeço a pele, folhas soltas, e me divorcio de mim, naufrágio presumido. Bebo da luz baça que se estende sobre a cidade e tento esmaecer as cores, olhos embotados de mundo, parar de dizer teu nome no silêncio de onde desertaram todas as palavras. Eu à margem.

Patrícia Antoniette.

Ela, eu deixo que fale por mim.

Monday, January 29, 2007

ouves teu peito? sou eu.

só escrevo aqui quando alguma coisa me perturba, ou se não é tão grave assim, no mínimo, me incomoda. se não é o vazio, é o cheio. e se não é o cheio, é o incompleto.
por hoje não reclamo do vazio, nem vanglorio o cheio, muito menos poetizo o incompleto.
escrevo por embalo de qualquer sensação boa, nenhum pouco corriqueira.
o que aliás, tem acontecido muito. 'sentir'. não um sentir banal, como sentir uma dor de dente, ou sentir tesão, raiva. um sentir que por vezes é até um tanto quanto indescritível. digo, ultimamente tenho sentido o alheio sem precisar ouvir, e creio que tenho passado um sentir sem precisar dizer. uma coisa que, se não chega a ser de olhares, é de sentir por sentir. sem as palavras. o mais puro e tão pouco notado sentimento. que esse sim deveria ser notado com muita facilidade, mas é encoberto por nossas limitações e por crer que, não sentimos, e sim almejamos senti-lo.
eu sinto. e não preciso dizê-lo. nem dissertar sobre. eu sinto, sinto que sentem, sinto que sinto, e sinto que, sentindo farei-os sentir.
por hoje me alegro. e escrevo, como uma excessão nessa página nada visitada depois que retirei os links dos meus pontos de referência.

Friday, January 26, 2007

push

Confesso que falta. Falta muita coisa em todos os textos que tenho escrito ultimamente. E frizo a intensidade como o ápice da falta.
Digo que, por falta de sentir falta, do sentir em si, acabo faltando comigo mesma em tudo que escrevo, e peço perdão a mim por deixar, se não linhas em branco, linhas preenchidas do menos que me encontro.
Não adequaria a situação à uma só palavra. E nem à uma estrofe inteira, mas sim à falta delas. Há um oco em mim por falta da falta, por ser obrigada a sentir o não sentir. E ter que conviver com a ausência de mim mesma como costumo conviver por tempo indeterminado.
Falta-me a sinfonia dos embates, sinto uma melodia histérica quando a peço, sinfônica.
E por não haver inspiração vinda do externo à inspirar-me quando contemplo, falta-me o ar que aspiro todo, o que a mantém para poder mantê-la em mim. Mas não há.
Falto-me por falta de me faltares. Falto-me e entristeço-me por não haver tristeza presente em mim. Por não afogar meu corpo em outras lágrimas. E por me obrigar a afastar a saudade que não tenho, a dor que não me dói. Não, nada de masoquismo. Falo dos efeitos colaterais causados por se ser por inteiro enquanto inspirado para a poesia, a melodia. Que no caso não é a que sai de minha boca ou meus dedos, mas sim a que não sai. A que entra em mim. E sustenta-se ao meu lado.
Perdão.


(Veja bem, se a interpretação de quem lê não for compativel a minha, o que é provável, esclareço que não estou em falta de mim por falta de tristeza, mas sim por falta do sentir que as mulheres me causam, rasgam, fecham)

qtrwtklg.

uma parte de mim como uma brisa de outono pede calmamente e em um tempo bem fragmentado: não mariana, não, não e não. de novo não. não e não.
a outra, a parte mais intensa, creio que esteja descrita no post do dia anterior, me pergunta: porque não? e mesmo ouvindo a resposta baixinho, esquece. e intensamente segue, pra cambalear mas conseguir.

não gosto de ter que admitir que a palavra que se encaixa é essa. não gosto dela por ter que usá-la em demasia no meu vocabulário e nunca ser o mais aceitável. vou exclui-la.

Thursday, January 25, 2007

eu confesso.

minhas mãos precisam de rosas pra oferecer, meu corpo precisa se afogar. meus ouvidos clamam pela melodia inebriante ao som da voz. minhas palavras precisam de volta a poesia. e minhas pernas clamam por cambalear e seguir caindo.
confesso que preciso do que não é visível a olho nu. meu corpo precisa descançar em um cansaço sedento.
e depois rodar, e rodar, e rodar...

afkhh.

meus passos não tem me levado a lugar nenhum. quando percebo, estou correndo círculos e ficando sem as unhas de tanto roê-las. e isso eu nunca fiz. ansiedade sem intenção explícita e sem caminho traçado. não que eu sinta falta disso na minha vida, devem fazer anos que não traço algum caminho e o sigo sem cambalear pra fora da guia. mas um caminho com destino qualquer exceto o de circulos que ando percorrendo me cairia bem. mas pelo o menos os circulos vão aumentando aos poucos...vou além.
aliás, teve uma época da minha vida que tentei ser mais extensa do que me comportava. digo, queria ver em mim um infinito que era tão findo quanto pura projeção. hoje, querendo ou não, e circulando em volta disso tudo, acabo me extendendo mais do que quando tentei abrir caminhos que não poderiam ter sido abertos...e acabava tudo se tornando redundância, obviedade.
hoje pode ser até redundante, mas óbvio necas de piripitiba.

Saturday, January 20, 2007

where's my mind?

preguiça de tudo, de comer - dormir - beber - dançar - andar - abraçar - seduzir - beijar - transar - cozinhar - ir - explicar - voltar - parar - começar, tudo.
take me back to the start.


e uma coisa que não posso dizer é que vou dormir livre de pensamentos do tipo 'eu poderia ter feito...' porque realmente, vou. e poderia.
meu incentivo vem mais fraco do que qualquer outra coisa, aquela que me pára.

'bubble gumbo martini is nothing like deppauner red wine
travel through time; who were you after? you were mine' (meu vício por essa música transcende as minhas mil pastas de artistas pra ouvir)

ah, e sobre a visita inesperada de uma pessoa querida por aviso do meu sonho com cachorros, 'im not sure'. se for desconsiderada a palavra 'visita' e a complementação 'de uma pessoa querida', ela aconteceu. se não, eu ainda estou no aguardo. se não da visita, do próximo sinal.

Friday, January 19, 2007

quase uma égua.

Hoje me deparei com minha grosseria extraordinária. Ela existe desde que me entendo por gente, mas hoje até eu me surpreendi.
E ela aparece sempre com quem não tem que levar patadas. Com quem tem que levar, não o faço.
Aliás, até meu senso de humor provém de uma grosseria um tanto fortificada, viu...
Hoje acordei umas três vezes enquanto dormia. As três com um propósito que lidei como irrelevante, e só resolvi dar ouvidos à ele na quarta vez que meu corpo se rendeu a insistência da minha mente. A intenção era anotar o fato de eu ter sonhado com cachorros, porque querendo ou não, não foi banal o fato de cachorros estarem nos meus sonhos. Houveram três cachorros pra três pessoas. Mas aí eu também não lembro nem das pessoas nem dos demais detalhes, o que latejava pra ser anotado eram os cachorros. Anotei e caí no sono por mais umas horas. Quando acordei, resolvi procurar um site que tivesse o significado de sonhos. Achei, e cliquei em 'cachorros'. E lá dizia:
"Sonhar com: Cachorro
Sorte no jogo nos próximos dias. Visita inesperada de pessoa querida."

Bom, sorte no jogo é improvável, uma vez que não jogo nada. Paciência de vez em quando não se precisa de muita sorte, né?
Aí passo a pensar "Pô, uma visita inesperada de uma pessoa querida que meu corpo tanto quis me avisar...Aliás, sei lá, né. Vai que o site é balela e o significado é outro, ou que simplesmente não tem significado...E também agora não vai ser mais inesperado, eu já espero. Apesar de que o aviso não completou com 'nos próximos dias', como quando se referiu á sorte. Isso (pode) quer(er) dizer que a visita poderá acontecer em um tempo indeterminado. Mas aí com certeza vai acontecer, pô. Não vou passar o resto dos meus dias sem ter uma visita inesperada de uma pessoa querida.
Depois de algumas horas acordada, fui ler um texto do Gabriel Garcia Marquez, que se chamava 'alugo sonhos'. Sobre uma moça que tinha o 'dom', por assim dizer, de sonhar com pessoas próximas e acabar prevendo o que elas deviam ou não fazer pra que pudessem se livrar de certas situações prejudiciais, ou estar à par de situações que lhes fossem proveitosas. Ela se alugava para sonhar, morava com famílias e quando acordava comandava o itinerário d
as mesmas de acordo com o que havia sonhado. As famílias se livravam dos perigos sem conhecê-los, mas a alugavam e acreditavam. E assim foi indo...E quem perguntasse o que ela fazia, diriam: Nada, ela sonhava. Aí ela morre e blá blá blá..Mas não vem ao caso. Não hoje, a questão é:

Será que posso começar a me alugar para sonhar também? hahahahaha
Agora já sei até que possso vir à/vou receber uma visista inesperada. Eu e as outras duas pessoas que estavam comigo no sonho. Ou será que eram três pessoas alheias e eu não estava lá no meio? Esse é a falha..eu não lembro muito bem...mas haviam cachorros.

Ok, pode mandar internar.

Thursday, January 11, 2007

remoto controle.

um sei lá de boca cheia pra vocês. e um com a boca mais cheia ainda pra mim.

colo.

meu corpo clama por teu colo.
por teres em ti, meu formato já formado, meus traços já pincelados. a sinfonia do embate entre os corpos.
e sei que nele meu corpo se aconchegaria, se deleitaria sutilmente. e, delizando em teus braços, cairia, poente.
me coloco em ti. em cada esporo da tua pele, em cada dobra do teu corpo. me coloco em ti com flores de rosas, solidão em seu aborto.

Tuesday, January 09, 2007

quero é que passe logo de uma vez, minhas zicas e alegrias (in) felizmente não são uniformes e agendadas, e aí eu acabo sem saber nunca o que esperar. e nunca espero nada, e nunca chega nada. eu sempre sobrevivo, supero, mas tô cansada. tá me dando preguiça de correr entre fotos e nomes, ou sentar e anotar sonhos enquanto espero qualquer coisa cair do céu. e nunca cai. acabo caindo pra ver se encontro migalhas no chão, e não encontro. páro em frente ao mar pra ver se tudo pára de girar, e não pára. e se eu começo a rodar, o que rodava não roda mais.sei que esse comodismo de não querer sair do lugar caso algo se ajuste ao meu lado quando resolver ir é ridiculamente tonto. mas por vezes me acomodei à dor de cabeça e à assistir a fumaça do cigarro. a deixar as canções consolarem o que nao tem consolo.eu vou ou eu fico. acho que vou acabar é me dissolvendo pra me perder do que ainda me prende a mim.

Saturday, January 06, 2007

as horas

depois de esperar (pela) quinquagésima vez mais 8 horas pras sexagésimas três horas intermináveis, alegres de tão melancólicas, tic tac, chega. e quando chega, vem a luz, o olofote, e quando se bate de frente se tomba ao vento. a queda é rasa e eu aceno de baixo. sempre de baixo.
depois do sétimo cigarro da noite, do centésimo nono durante toda essa espera que ainda não teve pódio, nem tempo limite (não há limites). acabo dando cabeçadas contra o muro. na verdade, 'my wonderwall', mas ainda assim um muro. e quando se pensa que se subiu de escada e que se assistia de camarote, cai. e quando acorda pensando que conseguiu pulá-lo, repara que continua do mesmo lado, se debatendo 'in your wonderwall'.
foi a quinquagésima, a oitava, a sexagésima terceira, o sétimo, o centésimo nono. foram todas e foram e todas intermináveis. poucas repentinas e momentaneamente intensas que nem se reparava passar. foram as mentirosas e todas as outras. e nunca a última.
não tem contorno nesse muro. e não tem outro lado, o mesmo lado, não tem nem ao menos lado.

desculpas pelo post.

Thursday, January 04, 2007

eu, eu, eu, eu, eu...

Wednesday, January 03, 2007

o que lhe comprometia não era seu sono, seus sonhos. era seu acordar.
seu bocejo e seu andar a revelava, seus passos incertos tremiam ao se deparar com os passos uniformes à sua frente. ao seu lado seguia a sombra de gestos e reflexos.


sei lá, foda-se. não acho meu livro. e outra, preciso de um retoque final. meu rascunho já tá pronto.