Confesso que falta. Falta muita coisa em todos os textos que tenho escrito ultimamente. E frizo a intensidade como o ápice da falta.
Digo que, por falta de sentir falta, do sentir em si, acabo faltando comigo mesma em tudo que escrevo, e peço perdão a mim por deixar, se não linhas em branco, linhas preenchidas do menos que me encontro.
Não adequaria a situação à uma só palavra. E nem à uma estrofe inteira, mas sim à falta delas. Há um oco em mim por falta da falta, por ser obrigada a sentir o não sentir. E ter que conviver com a ausência de mim mesma como costumo conviver por tempo indeterminado.
Falta-me a sinfonia dos embates, sinto uma melodia histérica quando a peço, sinfônica.
E por não haver inspiração vinda do externo à inspirar-me quando contemplo, falta-me o ar que aspiro todo, o que a mantém para poder mantê-la em mim. Mas não há.
Falto-me por falta de me faltares. Falto-me e entristeço-me por não haver tristeza presente em mim. Por não afogar meu corpo em outras lágrimas. E por me obrigar a afastar a saudade que não tenho, a dor que não me dói. Não, nada de masoquismo. Falo dos efeitos colaterais causados por se ser por inteiro enquanto inspirado para a poesia, a melodia. Que no caso não é a que sai de minha boca ou meus dedos, mas sim a que não sai. A que entra em mim. E sustenta-se ao meu lado.
Perdão.
(Veja bem, se a interpretação de quem lê não for compativel a minha, o que é provável, esclareço que não estou em falta de mim por falta de tristeza, mas sim por falta do sentir que as mulheres me causam, rasgam, fecham)
Friday, January 26, 2007
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