Friday, May 29, 2009
seacret
like a pearl dancing in the ocean
or a fish singing in a shark's mouth
i dont know how green turns into blue
cause in the green i fall sleep...
i dont ever heard the jazz of your body
and sang none of your sounds
but i can write your hopes
your words
your photos
just like your secrets
even when i cant know the diamands you ride in your signs
even when i cant see the maps of your eyes
and when i read
all of my songs, all of my mind
(with sorrow in my eyes
and in my ears)
i realize that all that i wanna know about you
about you inside of me
is now just what i wanna know about me
even when i cant know the diamands you ride in your signs
even when i cant see the maps of your eyes
Thursday, May 28, 2009
tempo para mais
final do mes me dá uma melancolia..começo a ouvir ceumar e me parece que as coisas estão cada vez mais sem harmonia..e que isso não vai passar...
como se fosse esse um estado de melancolia que eu carrego há tanto tempo que quase se tornou permanente, onde a felicidade aparece vez-em-quando, para passear entre os caminhos alagados entre uma e outra lágrima, que caíram ao longo dos dias...
tristeza não tem fim
felicidade sim
queria voltar no tempo em que p mim era o contrário
Wednesday, May 27, 2009
Clarice
Sunday, May 24, 2009
baixo baixinho
que não rimam
negam-me um soneto
mas gosto de pensar,
com o que resta de manhã
da madrugada que bebi
que se não houvesse
tempo para a calma
talvez os ventos te cantassem
os cruzamentos não fechassem
os pássaros dormissem
nas nuvens brancas em voltas do sol
talvez o dia caísse
sob um sol que talvez se pôsse
talvez os filmes emudecessem
as músicas dissonassem
meus travesseiros sonhassem
o que não ouso sonhar...
talvez o dia se deramasse
sob meus quadros que talvez sussurrassem
e então pode ser que meus livros me contassem
que como quem flutua sob as nuvens
apelo à minha embriaguez, já de manhã
para dizer que não sei te escrever em versos
ainda que o queira, ainda que o faça
Thursday, May 21, 2009
canção do exilio
quando eu não podava e substituia palavras...quando não analisava - por falta de saber faze-lo - todos os detalhes e sinais antes de tomar uma decisão. quem diria que num dia inseguro eu leria o personare - e adoraria!
saudade de quando não tinha nem metade da maturidade que eu tenho - o que me economizava fazer pequenas concessões e escolhas, deixando muito espaço pra coisas bobas se tornarem bem importantes...
hoje sinto que tenho que fazer muito mais escolhas no dia-a-dia...o que falar, pra onde ir, como dizer, se dizer, o que comer, o que cursar, o que estudar, o que substituir, o que usar, o que comprar, o que evitar, o que reinvindicar, o que devo, o que não devo, o que podar, o que criticar, o que mudar, ir ou nao ir, pra onde viajar, como traçar, onde achar, o que esquecer, o que soa bem, o que me faz bem, no que trabalhar, pra quê trabalhar, escolher, escolher, escolher...
me parece que as coisas antigamente fluíam com mais naturalidade...hoje tudo empaca
porque penso muito mais
ainda que pareça não andar
Sei de todas as teorias que envolvem meu ego e minhas limitações, bem como tudo aquilo que não tem freio nem nunca terá.. Mas isso de andar sem sair do lugar foi a maneira mais disfarçada que encontrei de saber e fingir não saber; querer mesmo sem querer.
(Porque sei o que nego e porque lhe nego enquanto lhe digo que sim)
Mudo o ângulo e a luneta, mudo o prisma e o contorno e vejo que ainda se repetem, a minha frente, as mesmas negações, os mesmos caminhos; repetem-se os calos, as tralhas; repetem-se gostos e os traços.
E ao ver a vida repetir-se, também repito-me - ainda que nova. Repito-me, ainda que outra. Repito-me até tornar o que me passa pela segunda, terceira, décima vez...recente...
Recente por repetir-se agora diante de outra face. De outros olhos. Recente porque se ilumina de um sol outrora se punha e dormia
o que não faltava
mesmo que não me leve a lugar algum, que me faça andar
...para frente
Wednesday, May 20, 2009
fahrenheit 451
Já nao tenho a passada necessidade de escrever diretamente ao papel. Hoje já me dou bem com esse pequeno teclado preto...
Ainda que acredite cada vez mais na veia que me direciona para a crítica, não para a literatura - escrita entre tantos substativos abstratos, adjetivos metafóricos, advérbios de intensidade; onde eu, quando tento compôr poesias ou prosas, acabo por untar todos os ideais românticos realistas barrocos e modernos numa só construção -... sei admirar cada característica dos seus movimentos; inclusive o atual, que no Brasil é quase nulo.
Tenho pensado, assim como escrevo - numa linguagem simples e clara (taí a razão para minha não-veia-literária) - no que acontecerão aos livros... No futuro de tudo aquilo que não é virtual ou visível aos olhos.
Enxergo a invasão tecnológica mais ou menos como a revolução industrial, onde se perdeu a qualidade do que é manual, substituídos por máquinas que tornavam suas mãos inúteis senão para apertar botões e coisa e tal. Assim como enxergo nessa, também imposições a novas formas de pensar, agir, de relacionar espaço-tempo, etc...
Na verdade, indagando sobre o futuro da literatura, vejo o cinema, por exemplo, como seu grande inimigo. Não por ver o cinema com o intuito de aniquilá-la, mas por consequência do contexto histórico atual. Dessa forma, pesa um fardo enorme nas obras cinematográficas: carregar toda a dimensão literária em filmes que tendem a ser cada vez mais curtos e objetivos.
Hoje não é mais necessário esperar 300 páginas para saber o que acontecerá no desfecho da história - mas apenas algumas horas.
Lamento pensar na grande responsabilidade do cinema de promover na sua arte a subjetividade dos livros, os seus objetos adjetivados, suas metáforas, hipérboles e comparações. Poucos, raros, são os diretores que conseguem transmitir numa obra cinematográfica ideais de movimentos culturais, como David Lynch, que conseguiu admiravelmente passar de forma bem visível o surrealismo para sua obra. Admiro-o, ainda que seus filmes não me agradem os olhos.
Mas como substituir uma arte em outra arte? Não avisto ou sequer almejo uma possibilidade.
Não leio tanto como minha mãe, que não sei se posso afirmar ler menos que a sua, mas suspeito que a proxima geração que espero assistir - ou não -, não lerá tanto como a minha. Por isso, sei que o hábito de fazê-lo, assim como o de pensar e criticar, são marcados por contextos históricos. No contexto histórico atual não há maiores reinvindicações, interesses culturais ou uma curiosidade aguçada, por ser uma geração que não compartilha desses ideais na sua formação.
Mesmo sem ver isso ao olhar pros lados, tenho uma esperança naquilo que não vejo, porque ainda pouco conheci: de que a geração que me acompanha, ainda que não tenha compartilhado de um momento social favorável para adquirir o hábito da leitura, da indagação, das críticas e do pensamento racional de uma maneira geral, possa sim tentar mudar esse contexto, e como consequência retomar hábitos que me parecem insubstituíveis, como os livros...De 90 pra cá não é nem possível dimensionar a crescente invasão de informações sofrida, o que foi sem dúvida a grande causa de toda essa perda de interesses culturais, que se alastram para a ala literária...
Tuesday, May 19, 2009
quantas poesias cabem no alfabeto?
quando acordo, não falo
a noite, não toco
se durmo, não ouço
e o tempo fica em branco
que escrevo em caneta preta
Tuesday, May 12, 2009
Monday, May 11, 2009
ana lúcia modesto
“O que se observa hoje é que o Estado e Sociedade Civil esperam da Escola não a formação do homem-cidadão, plenamente desenvolvido como agente político e produto-produtor da cultura, mas sim a produção do profissional eficiente, o ser economicamente viável. O Sistema Educacional é diariamente pressionado a adequar ao currículo escolar às necessidades do mercado de trabalho. Se, no antigo regime, o aprendizado de uma profissão estava a cargo das Corporações de Ofício, cabendo aa escola a formação geral, hoje todo ensino é, de certa maneira, profissionalizante, na medida em que para o indivíduo freqüentar a Escola se justifica apenas como um pré-requisito para a entrada no mercado de trabalho. O conhecimento e a cultura, nada tem valor, se não está diretamente articulado à produção. Tudo que excede a esta necessidade deve ser retirado do currículo escolar”.
Thursday, May 07, 2009
quietude
faz mais ou menos 3 horas que tô de frente pro computador e enquanto escrevo fico analisando a estética do que escrevo enquanto penso no que escrever.. até que passo a idéia de negá-la para o papel. negar a beleza no que escrevo, por que não há uma belíssima inspiração...
na verdade, escrevo pra reclamar:
não queria ter que me render a esse silêncio que sinfonicamente me assopra. sento aqui para trocar as palavras que não ouço e não digo - preciso começar a treinar isso de falar sozinha -...
mas é que aqui em casa tudo é meio assim, silencioso..e eu, louca pra dizer, sentir, falar, tocar, torcer, discutir, instigar, invadir, acentuar, ouvir, compreender; tenho que me sujeitar ao silêncio dos corredores e das paredes, o silêncio dos móveis e dos lustres, até que este se rompa com as caixas de som que cantam os novos baianos...
então percebo que o silêncio das paredes, do chão; o silêncio que entra pelas janelas, que mora na tv e no rádio que emudeço, que mora nos espelhos - o silêncio que passa por debaixo da porta e parece não partir; não parte por que o mundo dorme, silencioso.
silêncio nas ladeiras, nos planaltos. silêncio nas plantações e nas escolas. silêncio nas indústrias e nos quartos. silêncio nos tribunais. não se ouvem vozes interrompidas, incompletas, vozes que se estranham, comemoram. não se ouve o dia ao acordar, o folhear dos livros, não se ouve o choro ou o riso, não se ouve sequer o silêncio, de tão silenciado..
mas se ouve aquele que espera
eu nunca soube bem como terminar um texto..queria conseguir deixar a sensação de que não tem fim, por que tudo que digo continua sendo dito ainda que não se fale mais nisso...