Wednesday, September 23, 2009

o que nos habita

qual é a violência que nos habita? a sexualidade? qual é a corrupção que nos habita? qual é a nossa verdade?
que vontades pulsam que posso considerar livres do social? só se descobre o que é nosso quando se rompe plenamente o externo?
ou não há espetáculo sem espectador?

é tempo de dúvidas

o que é a moral?
quem sao os que rompem com ela?
o que em nós é preciso aceitar para negá-la? meu instinto freia ao me deperar com essa idéia de moralidade que convive conosco...
mas quem é que sabe os significados de cada sensação dentro de nós?
nenhum conceito pode ser universal. amor, crueldade, traição. qualquer dessas coisas...
que poder foi nos dado para julgar um pensamento cruel...sem saber seu significado para seu pensador?
que poder é esse que transforma em imoral a libertação?
em traição o respeito por si?
até o homícidio é passível de ambiguidade...a morte é ao mesmo tempo o vôo de libertação de quem mata...e a queda de morte de quem morre...
em tudo que viermos encontrar a beleza, é aquilo que já vive em nós. ou queríamos muito que vivesse....
a beleza é o encontro da alma

Wednesday, September 16, 2009

onda

eu fico triste de marré marré...não consigo sequer manter uma racicionio lógico quando acabo desabando em cima dessa minha vulnerabilidade...e sei que tudo que falo é mais bonito do que qualquer coisa que podia pensar...porque é sensível. essa é a sensibilidade que escondo. o que eu chamo de fraqueza, imaturidade...e que eu peço todos os dias para que se torne parte de mim tal qual essa minha racionalidade...
mas de repente, no meio da noite, em meio as nossas ocupações, sem ter tempo para fragilidades...a gente se percebe contente outra vez...
porque o mais bonito de mim some no meio das horas? e não essa coisa que me controla e me poda...? céus

Sunday, September 13, 2009

o mesmo

e então a gente se despede. eu, ela, elas, aquela outra...com a chuva na cabeça, no cabelo...no vidro do carro..dentro do peito, a gente se despede e vem pra casa...
chega em casa, na mesma casa, dos mesmos dias...deita na mesma cama de todas as manhãs, segue o mesmo corredor de todas as noites...avança no escuro já conhecido...que nossos pés decoraram...escova os mesmos dentes com a mesma escova..e mergulha no mesmo cheiro de todas as tardes, se fecha no mesmo canto de todas as horas...
e senta,escreve, procurar por qualquer coisa que não nos dê o tom da monotonia, do mesmo.
e deita, rola, pensa, sonha e escreve todas essas vontades que a gente escreve tão em segredo...
todas essas vontades de mudar de casa, de esquina, de bairro; mudar de corpo, de alma -não , de alma não.
mas essas vontades de ter um dia, por dia, que não se repitam as esquinas...que o sono venha como nunca veio antes...que não deitemos na cama - mas que nos deitem nela. que os lençóis tenham cheiro de amora, ou figo...qualquer dessas frutas de época que invadem a minha sacada com seu cheiro só em alguns dias do ano. não sei...qualquer pasta de dente que não tenha o mesmo gosto dos nossos dentes de todos os dias...
e a gente senta, escreve, chora, rola ,deita, some, puxa e engole tudo isso quando os nossos pensamentos nos devoram
e tudo que queriamos era que o mundo nos devorasse. de boca aberta, gritando

Friday, September 11, 2009

há qualquer coisa no mundo que faz das coisas, inevitáveis...
é inevitável que a chuva chova, que o vento seque...inevitável que nos encontremos, que seja sempre hoje, que nossas formas se desfaçam, que nossos pensamentos nos engulam...
é inevitável que o sol volte...que a neve seque...que as folhas sejam sempre verdes...