Friday, June 25, 2010

então, nega, e então que você vem e me aperta fundo nesse corpo branco, liso, nesse seu cheiro de sono, nesse seu cheiro amanhecido, quente, todo quente
e a gente tem fome, a gente se encosta, a gente se entrega, a gente se perde. se perde em tudo que é nosso, e eu em tudo que é seu, voce em tudo que é meu, e a gente em tudo que a gente já descobriu, e em todos as outras sutilezas que ainda não... a gente se perde também.
e eu continuo assim, pequena, encolhida entre seu pescoço e seu ombro...de cabeça pra baixo com tudo isso que você é e sabe ser. e eu vou dizendo, vou escolhendo todas as palavras pra caber na perna, no tronco, no rosto...e te escrevo. te escrevo e reescrevo, sem fim, sem parar, depois da tinta, depois do corpo, depois das palavras, eu te escrevo, a todo o tempo, em mim, no banho, na água do café, eu te escrevo em tudo que se vê
e depois que vc vai embora, ainda me chega pelas pernas, pelos braços, vai me subindo os cabelos essa sua ausência, que pesa o mesmo que você.
ela me encosta, ela me toca, ela me pega e eu me encaixo nela como te encaixo durante a noite.
a falta que você faz nesses dias que com você não fazem falta alguma, me leva de volta a você. e a gente se aperta e a gente se encosta e a gente tem fome e a gente se perde, tudo de novo, afundadas no lençol, na cama, no quadro da janela, afundadas em casa, afundadas na vida
e eu te repito
religiosamente
eu que nem acredito em Deus

mas eu calo
e nao sei bem porque

Wednesday, June 02, 2010

i live to love
ontem eu tive pressa.
pressa no semáforo, pressa no banho, na espera do ônibus, no caminho do metrô.
fez frio.
e eu quase me alegro, porque sei que na noite em que estiver quente
eu e o tempo
congelaremos...