Monday, March 30, 2009
Aimé Césaire
Friday, March 27, 2009
today is gonna be the day
hoje, consigo andar com as minhas pernas e quase sambar um samba que nunca dominei. sinto hoje que minhas mãos estão muito mais quentes e meus pés muito mais frios. chego em casa e tranco a porta. não penso em deixá-la aberta por tentar a possibilidade de receber qualquer outro cheiro que não o do vento.
hoje a grama da praia foi cortada e parece que minhas janelas mantêm esse cheiro como mantenho em mim um céu azul e um pedaço do mundo. suspiro
Wednesday, March 25, 2009
hora extra
fico pensando em mil maneiras de afirmar e entender a cultura numa perspectiva macro da sociedade..cada dia me apaixono mais com a possibilidade de trabalhar com isso e mudar alguma coisa...com a possibilidade de mudar todas essas estratégias de comunicação e manipulação pr'uma mudança de olhares e sentidos. não eu, como o meu trabalho, simplesmente. mas eu como parte de todo o elenco que roda essa roda viva.
fico pensando em como fazer tantos olhos enxergarem o que não enxergam...e eu acredito. meu pulso é humano demais pra não acreditar que - mesmo tendo que lidar com toda a hipocrisia que paira nessa alegoria em que vivemos - sou parte sim do gênero humano e as coisas podem sim mudar. queria gritar, como disse Sartre que sinto, ainda, a esperança como minha concepção do futuro...e sinto mesmo.
Tuesday, March 24, 2009
prenez de vous
quero a beleza que não é bonita todo o dia...
Monday, March 23, 2009
sem título
não demoro a dizer: dedico-me a descobrir minhas vontades sem ensaiá-las.
tiro de mim o nó que me ata como desatam-se os nós de uma âncora...
simple things
Seems like we've opened up the door
Feels like we've walked this way before
Natuarally we blew Simple things you say
Everyday you'll find the way
It amazes
Everyday...
simple things, zero 7. linda essa música...
Friday, March 20, 2009
e por isso me despeço do que já me despedi há muito tempo com um poema, também do neruda, que diz o que quis dizer e hoje digo:
Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.
Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.
Fui teu, foste minha. O que mais?
Juntos fizemos uma curva na rota por onde o amor passou.
Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.
Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços.
Não sei para onde vou....
Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.
Thursday, March 19, 2009
I want something worth to die for to make it beautiful TO LIVE
no outono passado eu parafraseava alanis cantando ironic. its like thousand spoons when all you need is a nife. eu sofria um pouco...essa história da vida virar a mesa quando tudo dá certo, ou dar um jeito quando tudo tá errado quase me doía - mas eu sou humanista demais pra crer mais na força do acaso do que na humanidade. pra crer nisso mais do que em mim, no que me envolve.
amanhã começa o outono e a vida não tem sido irônica. mas talvez eu tenha. não sei dessa plenitude que me invade e não me dá objetivo que force a desorientação. e é isso que pulsa em mim: o que me desorienta.
escapo das minhas aulas com pensamentos em rascunhos afim de me desorientar. mas é tudo vago demais.
queria poder acordar com a luz do sol e saber se quero ou não. saber o que quero, o que não quero. se meu querer precisa mesmo de esforço, se minhas palavras precisam mesmo silenciar-se, sentir a espera até enviá-las, se preciso mesmo desse tamanho pensar. e chego a conclusão que não. que não preciso pensar, esforçar ou até mesmo ausentar minhas palavras. murchá-las, reduzi-las, esvazia-las. mas não sei sentir. não sei sentir, somente - sentir por sentir; sentir sem tragar com a fumaça do cigarro todos os meus lamentos e minhas euforias enquanto escrevo.
e escrever, pra mim, é pensar. não é sentir. é pensar o que se sente. ou até sentir o que se pensa. mas nunca sentir, somente. quem só sente não deve se sentir só, como eu. esse sentir invade e toma e engole e atormenta. o que me atormenta é pensar no que sinto. atordoar-me enquanto percebo o que sinto. e se resolvo, hoje, um dia antes do outono começar e minhas lamentações mudarem de ventos, que quero só sentir, apenas - sentir como se sente sem pensar o vento que venta -. não penso. mas se vivo do pensar...desnorteio-me.
Friday, March 13, 2009
carpe diem
todos os dias desisto e todos os dias volto. todos os dias levanto e todos os dias sento. deletei meu orkut pra dizer pra mim mesma que internet é perda de tempo se fico aqui por mais de uma hora...
e de tanto pensar as mesmas coisas, me intrigar com as mesmas dúvidas, duvidar dos mesmos silêncios, descobrir o que não me importa, eu sento de novo e abro a caixa de texto desse blog pra tentar fazer de tudo isso poesia. ou desabafo. pra enfrentar essa rotina repetida e sem graça com um pouco mais de vontade. e esqueço que minha vontade não vem daqui.
Thursday, March 12, 2009
Tuesday, March 10, 2009
paradeiro
Monday, March 09, 2009
back
na verdade, voltei a me emocionar com o que sei fazer de mim...e até com o que não sei fazer.
Sunday, March 08, 2009
Friday, March 06, 2009
torno
quero para que queiras
quero conversar mas não sei dizer
se quero ou se quero que saibas
não falo mas digo
que não sei de nada que me contorna
...entornando tudo que quero
vês sem enxergar
o que silencio
goteira
espero que apareça, assim, de cima, dos lados, dos cantos, rasteira, que apareça um raio ou um sorriso, uma tormenta, o sal, o mel, o gosto, qualquer gosto, um amanhecer ou salgado ou tosco, mas que seja mais do que o sol invandindo-me pelas frestas do quarto, coçando meus poros para amanhecer-me.
que seja algo que se possa sentir. de dentro pra fora, pq não há nada aqui dentro além da espera....um gota. uma gota seca ou alagada. que pulsa. que vive. sou formada de milhões de gotas e me sinto deslizadamente enfadonha. uma gota do que explode. do que musica. do que incendeia ou destrói. que poetiza...uma gota do que se move.
é-me possível, então, estar sozinha. desde que seja a espera de alguém. que me tome e me engula.
Wednesday, March 04, 2009
repeteco
hoje. hoje era um bom dia... se eu fosse falar exatamente o que quero dizer, eu diria sem criar um contexto. eu não criaria um contexto pra poder dizer que você até tem potencial. nada extraordinário, excepcional. nem nada ruim. nada que se possa desprezar. na verdade, usaria uma palavra que roubei de um silêncio meu meiado a um contexto seu: insoso. eu diria que isso tudo é insoso, mas tem potencial. eu diria também que eu não me apaixono assim, devagar. mas desde que te conheci eu tenho levado em consideração quando leio que ir devagar é melhor do que ficar parado. e no meu caso, é mesmo. eu tenho estado muito parada... depois eu continuaria dizendo que as coisas andam muito devagar pr'eu me apaixonar, mas desde que te conheci eu deixo minha porta aberta quando chego em casa por pensar na possibilidade de sair pra te ver. ou de te ver entrar...e eu vinha trancando a porta há muito tempo. por saber e por sentir essa certeza latente de que eu não saíria...que ninguém entraria. então eu te contaria que hoje eu tranquei a porta e depois destranquei. e que isso significa que a minha vontade de levar pr'além, de levar pr'algum lugar esse seu potencial - e meu também -, é quase maior que a minha vontade de ficar sozinha. que é tão latente quanto tudo que eu preciso estudar... depois eu diria que o guilherme arantes cantando um dia, um adeus, não combina em nada com essa caixa de texto que vem sendo preenchida. diria que não há nada de melancólico entre nós além da minha solidão quente de tão fria... eu festejaria sobre o que aconteceu hoje na minha aula, mesmo que pra mim - só pra mim.. por medo de achar que falar de mim é muito desinteressante perto das suas histórias...e te confessaria que quando você olha pra longe e pra todo o resto, que não sou eu, isso renasce em mim minuto a minuto. e aí sim eu te diria que não quero nada de você além de querer. querer, apenas. querer pq eu nao quero há muito tempo. que quero sentir pq eu nao sinto há muito tempo. que quero que você me faça rir pq nao rio há muito tempo. por fim, te contaria, com um peso muito pesado de tão aliviado, que nao é que te quero pq nao te tenho há muito tempo - mas que te quero pq não quero há muito tempo...
O grande sofisma
Anibal Machado
Tuesday, March 03, 2009
dont
eu sou subjetiva demais pra escrever num blog
só queria dizer que essa minha tentativa de controle sob o que me faz pulsar é, no fundo, um controle de quanto latejo e grito...
ainda não tá claro...
eu não sei o quanto posso sentir. pq eu nao sinto, simplesmente. eu tenho que encontrar segurança pra sentir...e procuro segurança no que enrede o que me faz pulsar. uma foto, uma frase, uma música. mas isso não basta e eu continuo sem controle...girando sem controle...até que paro de girar enquanto não controlo meu pulso e meus limites
Monday, March 02, 2009
no dia seguinte eu tento escapar de quão estimulante é fazer isso, e não consigo. no final das contas, eu me surpreendo com a incapacidade de demonstrar que sinto. sinto essa coisa que desde então passou a viver comigo, sentida de novo e de novo....
é como se meu corpo, a medida que me lembro, adormecesse como adormeceu a noite, e assim as pernas, o troco, e quase adormeço toda como adormeceu o dia que lembro e sinto...