Saturday, May 27, 2006

0 palavras.

não saem.

nao existem.

não se mostram.

1 lágrima.

escorrida.

presente.

exposta ao ventos que varrem meus pensamentos.


são gritos e gritos que ninguém ouve

pedidos de socorro que ninguém percebe.


outros passam ao meu lado,

preocupados com o que vão beber

com o que vão ganhar

com o que vão comer.


e o vazio se alastrando no meu peito

os socos na parede calejam meu corpo

dos dedos às veias.


minhas lágrimas secam

na espera de que as sequem.

não. não há ninguém.


nem gritos nem murros

nem soluços nem pulos

nem o choro nem o riso

nada disso.

nem sorrisos (me tem)

não. não tem.

não há ninguém.

estou sozinha e vazia. e ninguém me avisou que meu castigo seria viver assim. sem mais contos pra embalar.

Friday, May 26, 2006

capacidade.
.
.
.


é comum? querer correr, e gritar...sem saber que ninguém vai te ouvir, te parar, segurar.
um vício que ensurdece a alma. a cabeça. tudo. até que tudo se torne branco e surdo. imóvel e dramático.



incapaz. so bad...

Thursday, May 25, 2006

calo-me.

entre prosas e melodias, sonhando em tocá-las.

calo-me.

entre gemidos e sussuros. entre abraços e murros.

calo-me.

na intenção de calar meu peito, que pulsa, cansando.

calo-me.

admiro a chuva cair sobre meu corpo - me aquecer, mesmo molhando.

calo-me.

enquanto o sol arde em meus olhos, e dentro de mim, a neve continua gelando.

calo-me.

enquanto me afogo, dia após dia - acordar e adormecer

calo-me.

esmurrando meu silêncio na tentativa de lhe escrever.

calo-me.

calo-me.
(...)

Tuesday, May 23, 2006

''quero tocar seu silêncio, shhh!!! E fazer lembrar que posso estar ao seu lado correndo para gritar o mais alto para incomodar a vida''



essa eu roubei. em silêncio, mas roubei.
resto...rastros...
ainda me resta.

!

meus movimentos não são notados.
ou são invisivelmente seguidos.


?

Monday, May 22, 2006

Te quero na expressão mais feliz
e no tragar mais feio de sua sutil respiração;
te quero onde toco o céu
e onde seus passos são inofensivos e perigosos
como a água escorrendo em calhes erradas...
Te quero por não saber-te
e por olhar-te com a mais pura e doce felicidade,
te quero no mistério, e na efusividade
te quero pra perder os segundos no tempo do relógio
ou para contá-los ansiosamente até tua chegada...
Te quero para perder-me em passos de dança
e para ouvir teus gritos na noite fulminante
te quero para lembrar-te na música
e para fazer de teus gemidos,
música em meus ouvidos...
Te quero por inteiro
ou só pela metade,
te quero pra sentir saudade
te quero pelo teu sorriso que ainda me é segredo
te quero por saber que não te sei...
És areia escorrendo em meus dedos,
por isso te quero sem intenção, nem planos
te quero como verdade omitida debaixo de panos
te quero no cair dos olhos
e no acordar do corpo...
Te quero errada,
certa,
e totalmente duvidosa...
te quero completa
e perdida.
Te quero...como dúvida melancólica em minh'alma
que não dói, nem sangra
mas sorrí,
sem saber o por quê
sem saber onde, por quem.
E nessa noite,
preenchida com a fumaça de teus tragos..
trago comigo meus segredos,
e me fixo em te ver dançar,
(como a própria música... )
em te ver chorar
e gargalhar.


sem pensar. sem pensar. sem pensar. preciso correr.

Monday, May 15, 2006

A falta de certezas ao redor faz com que a certeza de outrém a coloque em evidência para as verdadeiras respostas e buscas da vida.
A falta de amor próprio, e de amor alheio, faz de escasso o auto conhecimento, assim se contentando com certezas de outras pessoas - e a sua incerteza na vida segue constante.
As dúvidas e o conhecimento interior continuam. Não afirmo que seja fácil se conhecer inteiramente, entrar em contato com seu corpo e mente de maneira completa, se contentando com qualquer coisa que lhe aconteça - uma vez que se encontra em sintonia consigo mesmo. Mas a busca em pensamentos e experiências alheias de como conseguiram fazer isso - mesmo se mostrando certa de alguma forma - não é realista na visão de mundo que o próprio pensamento tem...
Quando pararmos de tentar estabelecer contato com o mundo alheio de forma fútil, na intenção de nos conhecermos, e nos tornarmos válidos de estabelecer sintonia com seu mundo, de se completar consigo próprio, quem sabe a procura por tais provérbios e pensamentos alheios acabe.

Enquanto isso vou me amedrontando com os boatos daqui..haha

Friday, May 12, 2006

...todo dia eu só penso em poder parar, meio-dia eu só penso em dizer não, depois penso na vida pra levar e me calo com a boca de feijão...

Thursday, May 11, 2006

vidros quebrados
olhares enfeitiçados
e no toque dos dedos,
corações delirados.

lá fora a chuva caía
e ela, sem saber se ficava ou se corria,
preferiu acreditar que o raiar do dia
em seus olhos permaneceria.

choveu.
e ela chorou do que não era seu
versos rimados, escreveu
e cantou, pela manhã, tudo aquilo que viu e não leu.

Tuesday, May 09, 2006

escuto sem ouvir as vibrantes histórias de desconhecidos,
e toco sem sentir as superfícies ao meu redor.

digo sem pensar, as ilusões do que sinto
e ando sem olhar, o caminho que procuro.

escrevo e acabo sem entender tudo aquilo que penso
e penso sem ler tudo aquilo que não escrevo.