Monday, December 29, 2008

de uns tempos pra cá tenho deixado o azul ser mais azul do que escuro. treino minha calma com a calma que se adestra um cão. minha passividade é mais ativa do que qualquer atividade que impulsione a mais intensa pulsação. mas eu tenho treinado. tenho treinado como um recalque de tatuagem. pq eu quero que seja definitivo.
antes tapas sacanas do que merecidos...

esquecimento

esquece. a gente esquece. dorme e esquece. fuma e esquece. bebe e esquece. ri e esquece.
no final, esquece o cansaço e a dor que a noite trouxe. acorda e mente dizendo que tem uma vida feliz, por que toma banho e esquece. come e esquece. o dia passa e a gente quase esquece. mas vem a noite de novo e a gente se pergunta como é que dá pra esquecer a permanência da tristeza? aí fuma e esquece. ri e esquece.

Sunday, December 28, 2008

vai passar

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'"

Saturday, December 20, 2008

quase arromba a retina de quem vê...
" Tudo no mundo é estranho e maravilhoso, para pupilas bem abertas..." Ortega y Gasset

Saturday, December 13, 2008

hoje e tempo atrás

antes escrevia prosa, hoje, essas frases com tres palavras mal feitas que cortam-se na intenção de dizer o que quero esconder. influência dos modernistas, quem sabe. mas não importa o que aprendi com eles. não importa o que aprendi com a vida. não importa o que sei sobre o sistema. não importam fatos históricos, a rosa de hiroshima, não importam as mortes que chorei, as que estudei, o respeito que vive comigo pelo mundo e por quem não tem nada além da vida. não importa se aprendi mais divisões, outras equações, não importa se aprendi a amar, se descobri novas paisagens no sexo, se descobri novas janelas nas paisagens, paisagens na janela, janela da alma - não importa. não importa sequer a gramática que mudei, que mudará,o estilo literário que aderi, o gosto pela vida e pelo mundo que é parte de mim. não importa o que é parte de mim. não importa aprender a vomitar essas palavras sem uma subjetividade tosca e perdida. não importa saber relevo, reformas, liberdade, fraternidade e igualdade. não importa aprender a liberdade absoluta. não importa escrever poesias ou romances, ficções ou suspenses. não importam os caminhos e as bifurcações que criei, as viagens, as malas, as falas, não importam minhas músicas preferidas, meu novo som no violão, meu novo perfume, não importa ter o carinho que nunca tive, o amor que nunca tive. não importa que tudo isso seja tão relevante pra mim como as nuvens são o relevo do céu. não importam caminhos novos se ainda não te aprendi. não importam novas armas se continuo morta de amor. não importa sequer o tempo se não existe tempo em nós. se somos só nós que não desatam com o tempo, não importa o tempo. mal importam as cores, os olhos. não importam diamantes se não os dos teus olhos. não importa a cegueira de saramago, sagarana de guimarães rosa, outra globalização de milton santos, não importa o passado de alan pauls ou o nosso. não importam as torturas, não importa sequer a expansão territorial, a movimentação econômica. não importa quanto vale o petróleo, o socialismo. não importam os risos, não importa a vida, os sentidos, nada importa se meu coração bate da mesma maneira. não importa se sei ou se nunca soube. não importa quiçá se um dia saberei. importa que não te sei. que não te ando. e se não te ando, não importa quem sou.

afinal é isso mesmo?

brahma

sóbria. estou sóbria de amor e álcool. emaranhada em lenços de cores e flores
estou sob sol e nuvens
seca de amor e dores
no caminho da tua solidão -
apaixonada solidão

sem passos, intocados passos
passo

descanso a saudade
mas não deito

para ver levantar
vontade
conto as horas e sei que não há...


nossa eternidade mora num sombroso infinito
dissonante
cem dias que são mais deles do que nossos
mais passados do que os pássaros que acordavam-nos na janela do quarto

até que no dia seguinte eu acordo. sóbria. sóbria e tonta. tonta secura - (água e amor), eu durmo. e não sonho...
acordo na sombra e não há luz. estou sóbria de ti...
mas não demoro

Thursday, December 11, 2008

não é por aí

ia dizendo
não é por aí
o caminho mais curto
acaba logo ali,
acaba logo ali
acontece que algum gesto ainda não foi feito
hei, não vá saindo assim desse jeito
pra que pressa?
depois dessa
outra história, outra transa, outra festa
agora é tarde
não está mais aqui quem falhou
ia dizendo, não é por aí

Alice Ruiz

mas eu teria

se tivesse chegado
se tivesse respondido
se eu não tivesse te tirado
eu dançaria

(mas dancei)

se o sol não se deitasse quando você levanta
se eu mandasse um telegrama
se minha poesia não tivesse expirado...

mas ah, se tivesse resposta
eu não tiraria pra dançar
eu te dançaria
eu te falaria
- não sussurraria -
eu te responderia

mas se minha poesia
não aflorasse ontem
eu não te escreveria
e nem saberia
que você não me leu
não me falou
mesmo sabendo que não dançou
só escreveu
e negou

eu queria chamar-te
ou declarar-te
que na tua presença palavras são brutas
mas na verdade não sei se te pergunto
ou se sequer entro
sei que me agrada saber
que não foi ingratidão
foi erro de partida e chegada
- mesmo que uma grata sensação,
mentirosa ou alucinada,
tenha me dito

eu sei que teria que comprar mil páginas de palavras
para saber o que te dizer (e eu compraria)
ou escutar melodias até anoitecer
para saber te cantar (e eu anoiteceria)
ler todas as cartas de sartre e simone de beauvoir
para te saber ouvir
ou só saber (e eu as acharia)

teria de ter mais olhos
para enxergar tua total beleza (e eu os criaria)

teria de dormir mais sonhos
para contigo acordar (e eu durmo)


(mas ainda não acordei)

Wednesday, December 10, 2008

retórica

não demorei um dia para escrever mas demorei algumas horas do dia
sei que uma hora perto de dias parece pouco
mas minhas horas foram muitas perto dos minutos
e do tamanho da caixa de texto

então não tarde a responder
parecerá que não agradei
e não agradar não agrada ninguém
dê uma fingida pra me agradar
ou isso nao te agradaria aquém?
grata ou, na verdade, ingrata por sua ingrata gratidão da não-resposta
assino embaixo
ou em cima
Mariana.

que fita!

não quero choro nem vela
quero uma fita amarela
gravada com o nome dela

da vela
ou da velha?

de lá pra cá

quando estou inspirada pra escrever não leio horóscospos
só leio horóscopos quando não sei de mi
...de sol
...de lá


dá dó

conta gota

chove lá fora
luzes de concreto no amarelo do asfalto
ou luzes amarelas no concreto do asfalto
fogem da poça
ou a poça foge do foco luminoso concretamente amarelo
até que um carro de repente
e divide a poça em mil gotas

eu tenho mil gotas para cada poesia

Klimt

tenho 7 pinturas do klimt em um cubo dividido por alguns blocos
se klimt pôde
em quantas poesias você se dividiria?
poesias por que não sei pintar
nem desenhar

fora

pensamento vem de fora
ou de dentro?

dentro

as caixas do meu som,
meu som de caixas
na caixas de som
o som nas caixas
canta
"reason's for living"
qual é a sua?
a minha é o pensamento

enfim

meus braços caíram - os da cadeira em que me sento
levanto então e descubro que escrevo 200 palavras por minuto
e amanhã não me lembrarei de inspirar-me
por que amanhã acordarei
expirada

genialidade ingenua

não vejo, quando olho pela janela, agora, nada além da ingenuidade do egoísmo
porque egoísmo, é, afinal, a ingenuidade em forma de gênio...

você sabe...

cometi um engano?
comenti vários
estou prester a me acometer no infinito, como ana cristina césar
imersa no fundo da carne
encontro-te
linda e nua
um pouco nervosa
minha velha alma - zeca baleiro cantou
e colho assim
pétala por pétala - chico césar alegrava-se com
a volta do mel que traz sua volta
ao redor do sol
amor,
não sei se não
mas também não tenho certeza que sim - djavan quase certo
dizia que
se...

e antes que amanheça

apaguem suas composições
silenciem suas inquietações
falta-me a falta.
completa de sol e céu
falta-me ausência
sobra-me ausência da ausência de amor
amor não
amor é pouco
falta-me a avassaladora sensação de querer tragar o mundo
sem olhos de ressaca
olhos de demora...
tragar a sorte do encontro
(mesmo que haja tantos desencontros pela vida - eu sei, vinicius)
bebo cerveja pra ficar bêbada de amor

e suas pulsações

só um coração despedaçado ama.
só quando tiram-lhe sua amada e amante tira. a lacuna pulsa sua imensidão perdida
e o que pesa é a ausência.
imploro que me arranquem essa tira que me tira o sossego
para não sossegar sua falta
e perder as noites a lhe procurar
no último vagão

pequena grande tira

meu sorriso amarelo quebrou e minha letra arredondou. uma amiga me tirou o sorriso e levou-o consigo. meu coração permance. inteiro, completo, imploro a tira da sua parte mais bonita - a que ama.

assim assim

Meu desejo é admirável. Admirável é meu desejo.
Quem admiro, desejo. não Lenine, Chico Buarque, Machado de Assis, Caio fernando, Foucault ou meus admiráveis amigos. Desejo admirando. Admiro desejando. Aspiro. Pretendo. E logo caio.
Subo ao cume do mais apaixonado vermelho. Estranho-me, finco admirada o meu mais novo desejo e a minha admirável paixão em entranhas agora apaixonadas. Enrolo-me, desenho-me, absorvo e caio. Caio emaranhada em lençóis, desejo póros tão admiráveis quanto sua desejosa face. Intimido-me, fico íntima dos lençóis e seus cantos. Encanto-me e aspiro. Aspiro e expiro. Expiro - enfadonha dos póros que não mais admiro, mas decoro. Tediosa dos cantos que não mais me encantam, mas que já canto. Caio no chão e levanto-me a admirar o cume mais alto que o cume do mais apaixonado vermelho. E tudo começa outra vez

Tuesday, December 09, 2008

just my imagination

imersa em palavras desbraçadas
passo a passo, passo.
durmo e sonho
acordo e não vejo

Monday, December 08, 2008

amarei teu amor. me amarás com amor

Não encontrarás amor em mim - me encontrarás. Não te apaixonarás por meus beijos - mas por meus lábios. Lábios dessa cor que não tem a cor do amor. Mas a cor de meus lábios. Não pedirás por meus abraços - pedirás meus braços. Esses braços brancos e largos que não são os mais belos, mas ainda assim meus braços. Não enxergarás doçura em meus olhos. Enxergarás meus olhos, simplesmente. Esses olhos que não te fitam, que não te seguem, mas que são meus olhos. Verás o brilho verde que neles nasce e com doçura encantar-te-á segui-los sem pressa.
Não amarás o prazer que meu corpo te dá. Amarás meu corpo. Sem prazer. Só pele, carne, sem cor ou riscos. Amarás meu corpo suado branco ou vermelho liso. Vermelho de sol. Não de amor. Não serei mais amor. Serei eu. E tu o amor.
Terás a cor da paixão, terás amor nos olhos, prazer nos poros. Te vestirás num amoroso branco e eu amarei esse amor que te sai da pele. Tua pele, teu corpo, teus olhos - tu. Tu és amor. Fora e dentro de mim - és o amor que está em mim. És o amor que tenho. Agora amarei-te com esse amor que és, com ternura. Amarei ao ver-te amando-me. Por que é para esse amor que amo. É por esse amor que espero.
Escrever-te é como presentear-me com tua presença. É como a preparação para dar-te flores ou apenas encontrar-te. Escrever-te é encontrar-te. É sentir esse amor que criaste e que és em mim. É grifá-lo, rodá-lo, senti-lo, gritá-lo. É amá-lo. Amar a idéia de que me amarás pr'além do que te dou. Me amarás por quem sou. E eu sou amor. Amor teu.

Sunday, December 07, 2008

vão de teus braços

impiedosos sonhos esfriam-me as entranhas em novos braços
e despertam-me de me ter debruçada na ausência
das vírgulas que viraram
frutos do teu colo
que criei a te procurar
lavrando noites de sono
esgotada de amor
estagnada no tempo que insisti em buscar teus olhos
nas luzes mais escuras
e encontro-me em vôo
ao passo que me paraliso
amanhecida por ombros claros
mais claros que os teus
de olhos que apedrejam e comportam todas as cores
ali vôo e caio com meu par de pernas bambas
tortas
que grifam e desprezam a amorosa certeza que tenho
em amar a destreza de possuir sonhos tão claros
mais claros que teus ombros

Friday, December 05, 2008

depois de rodar sozinha
copos
corpos
vendo tocar no copo, o violão
ouvi teu corpo toar na rosa
espinho travado em minha garganta
às vezes troca meu nome
e some
nas asas da madrugada
como chico escreveu
mas eu desejaria o contrário

Saturday, November 22, 2008

Inconstitucionalissimamente

Não sou muito convincente quando disserto sobre os problemas do mundo. Sei ser mais persuasiva quando tenho alguém pra conversar. Convencer.
Mas posso dizer uma coisa que sei q nao preciso explicar a fundo. Não que eu queira ser rasa, mas devo alertar que a minha revolta não é patriota, conservadora, liberal, esquerdista, naturalista ou qualquer outro rótulo que nos dão como se fôssemos couple nouddles. Minha revolta é com os que fazem as coisas 'a qualquer custo'.
Piadas a qualquer custo, dinheiro a qualquer custo. Esses é meu maior problema: A capacidade moral de quem faz piadas em cima de um preconceito infundado ou que já foi afundado com o tempo. Vivemos em outro século. E nesse século, vivemos num sistema onde tem de haver lucro a qualquer custo. Matar para lucrar, demolir para lucrar, machucar para lucrar, poluir para lucrar, incendiar para lucrar. E o governo devia estar lá para cuidar de nós. Zelar por nós.
Eu não quero que meu governo busque lucros pro meu país. Eu quero que as pessoas que nele vivem, vivam - não sobrevivam. Tenham saúde, mesmo sem lucros. Tenham educação, pr'além dos lucros. Eu espero do governo o que os cristãos esperam de Deus. Espero do governo a salvação burocrática que os evangélicos esperam que seja divina.
Espero o respeito a qualquer custo. Espero que a energia renovável tenha mais espaço do que a nuclear. Espero que as casas não sejam capazez de ser destruídas pelo vento. Espero que os animais tenham direitos de dividir esse espaço. Espero que as pessoas venham em primeiro lugar. Espero qualidade de vida. Espero que não sejam injetados tóxicos em todos nós que convivemos com produtos que passaram por processos sujos. Espero que alguém descubra o que fazer com lixo, e não como unir a máquina de lavar à secadora. Espero que os jornais mostrem a verdade. Que as pessoas não se vendam. Que as pessoas não se comprem. Que não precisem se vender. Que não queiram se vender. Espero que saneamento básico seja tão universal quanto as compras. Espero que não haja intervenção militar em lugar algum. Que não se domine um lugar por recursos naturais. Que não haja hierarquia de raça. Que haja respeito.
Eu espero Respeito.

Thursday, November 20, 2008

vc já teve a sensação de se ver rascunhada em outra pessoa? pr'além do material: ali, palavra feita caso feito poesia acabada desenho terminado que fizeram de você
tenho a impressão de ter saído pela culatra. fui pela esquerda. uns pra baixo, outros pra cima, os da direita e eu, esquerda.
eu costumava cambalear com a esquerda. claro, eu sou destra. perna esquerda mão esquerda pé esquerdo braço esquerdo. tudo torto. mashoje me ergo. de alma na lama - ver estrelas. da lama com a alma - ouvir estrelas.

mas eu ainda tenho meu senso de humor...assim como meu violão.
não nado em piscina de bolinhas. mas sei andar descalça no asfalto...

Sunday, November 16, 2008

ponteiro

meu relógio imita-vida:
anda e anda
em círculos
circo-cuckoo.
ponteiro aponta
pontual
atrasa cai e levanta.
à prova d'água toma chuva e dá cabeçada
toma sol e cerveja
sua samba e canta
e continua a andar
sem parar
estou aprendendo a escrever com amor
só amor
pela vida
sem ninguém
silencio tem sabor
sabor tem cor
cor tem cheiro
cheiro tem voz
voz tem luz
luz tem som
som tem silencio
silencio tem sabor...

respeito

sem peito
minhas palavras perderam-se pra lá das entradas
estranhas
...das entranhas

mas, afinal, o que fica pr'além de si
bemol... ?

agora não são nós
são laços
sem ré
sem dó

luz
do sol
de sol, de si
de lá
por mi

Monday, November 03, 2008

luxolixo

vc abriria mão do seu luxo
para salvar as pessoas do lixo?
e creio em mim
eu creio na humanidade
eu tenho esperança na humanidade
só eu vejo o mundo com meus olhos.

Wednesday, October 15, 2008

meu mundo sem mim

não me dói saber que não encontrarei, além dela, alguém com tanta beleza num só traço
mas me dói saber que o mundo, sem ela, não tem traço nenhum de beleza e carinho.
que ele será pior sem suas mãos para carregá-lo, aconchegar-me e tocá-lo ao passo que me toca...
mas vejo hoje, o que só posso ver sem ela: que o mundo é de arestas, cheio de arestas que cortam e desfiam. só hoje posso ver, mas passo dias numa cegueira proposital. e mesmo assim sinto traços confusos, sem beleza, sem caminho, sinto essas arestas desfiando o que me veste, e desejo-me nua. quase desconhecendo meus passos, meus braços, meus abraços desfiando-se se me despisse...
hoje consigo ver, e vejo por que hoje estou sozinha. e estar sozinha é muito amplo. enxergo mais, sinto mais, me dôo mais. mas estou mais. menos em mim, por que estar sozinha em mim, é mais amplo do que estar sozinha no mundo. mas estou. quase mergulho nessa terrível piscina de ferozes agulhas, nesse preto e branco infinito, nesses acordes dissonantes que são a melodia do mundo. ou a minha?
nesse mergulho já não sei mais onde estou.
não sei se sou eu o mundo esse grande círculo de arestas coloridas, traçadas em preto e branco. não sei mais se sou eu ou o mundo que dói, que chora, ou até mesmo se sou eu quem vê o mundo, ou o mundo que anda me vendo...

Tuesday, October 14, 2008

"Quero lhe implorar para que seja paciente com tudo o que não está resolvido em seu coração e tente amar. As perguntas são como quartos trancados e como livros escritos em língua estrangeira. Não procure respostas que não podem ser dadas porque não seria capaz de vivê-las. E a questão é viver tudo. Viva as perguntas agora.Talvez assim, você, gradualmente, sem perceber, viverá a resposta num dia distante."

Tuesday, October 07, 2008

roll

não pretendo que me obedeçam
nem que me gostem
ou quem sabe me digam
me contem

que me escondam
que me fujam
areia e pessoas pelas mãos

que me guardem
que me cubram
em sedas vermelhas ou quem sabe folhas de guardanapo
folhas de palmeiras
me soltem
não me ouçam
não riam

não pretendo nada...
além de que pretendo vida

A vida
seja lá o que seja ela
vamos a ela...
vamos ao banquete ou à miséria
vamos à batalha, ao sangue
vamos ao cubos ou cubistas

vamos republicanos ou democratas
vamos à correr ou a varar
vamos à rolar ou ralar
vamos sozinhos ou encobertos
vamos...

republica velha

tudo isso atrás de mim...
essas datas
essas folhas
todas esses dizeres parafraseados
essas meninas
essas colagens
essa vaidade
foi quando eu governava o mundo.

agora é o mundo quem me governa...
ou no fundo, ninguém governa nada...

Sunday, October 05, 2008

aflordapele

tenho espinhos em mãos
e pregando-me em flor
como bicho apego à pele
flores

abro-me a mão direita
e aliviando pesares
entorno ao vento, a primavera...

fecho-me a mão esquerda
e tardando o outono em céu, floreio
enquanto espeto-me em melancolia

abro-me então a mão esquerda
voa-me a primavera em ventos de outono, espetando, lúcida,
o sol
fecho-me em uma mão
escrevendo em sangue as flores de abril...

abro-me
fecho-me
até que então

desabrocho

Friday, September 26, 2008

sou nos

jacobinismo, positivista, liberal, dedodoro, encilhamento, floriano, saneamento financeiro, revolta da vacina, met et prop but trimetil etoxipropano, manifesto comunista, p.v = n.r.t, a velocidade de uma onda é igual a seu comprimento multiplicado por sua frequência, complemento nominal indireto, prosopopéia mal feita, deficit, superavit, balança comercial, transporte rodoviário, ferroviário, JK, anticorpos, antígenos, malária, mosca tsé tsé, doença de chagas, a esfinge, republica velha, dimetil propano, euclides da cunha, antonio conselheiro, alberto caeiro, ricardo reis, alvaro de campos, sensações, mitologia, da do ya think im sexy?

minha semana

vira de ponta cabeça pra ler o titulo!

Friday, September 19, 2008

murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca

murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca
murro em ponta de faca

no final das contas quem fica quase sem mão...c'est moi.

Friday, June 20, 2008

under control

na verdade..
eu sou uma pessoa muito controlada

Thursday, June 19, 2008

Água perrier, A. Calcanhoto

Não quero mudar você,
Nem mostrar
Novos mundos
Porque eu, meu amor, acho graça até mesmo em clichês.

Adoro esse olhar blasé
Que não só
Já viu quase tudo
Mas acha tudo tão déjà vu mesmo antes de ver.

Só proponho
Alimentar seu tédio
Para tanto, exponho
A minha admiração.
Você em troca cede o
Seu olhar em sonhos
À minha contemplação:
Aí componho uma nova canção.

Adoro, sei lá por que,
Esse olhar
Meio escudo
Que em vez de qualquer álcool forte pede água perrier

Monday, June 09, 2008

X

essa coisa de blog sutiliza isso de falar sozinha..
certas músicas mudam meu comportamento

Thursday, June 05, 2008

superficial

que lê pra ser ouvido, escreve pra ser aplaudido, fala pra ser memorado, incentiva para ser admirado, admira para ser notado, ouve pra ser falado, faz para ser saudado, foge pra ser lembrado, ama para ser amado...

Tuesday, May 27, 2008

olvido

Meu corpo não quer se lembrar.

Quer esquecer, depois de não ter feito, que não pode fazê-lo. Quer apagar de si assim que termina o não-ser, que não pode sê-lo. Cumpre meticulosamente a negação de propagar-se e em seguida esquece que precisa negar-se. Esquece que não lê, logo depois de não poder tê-lo feito. E quase esquece-se de si depois de ter sido.

Wednesday, May 21, 2008

bitter moon


lovers never know when to quit

Thursday, May 15, 2008

pensamento

"Pensamento que vem de fora
e pensa que vem de dentro,
pensamento que expectora
o que no meu peito penso.
Pensamento a mil por hora,
tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora
sem o meu consentimento?
Se tudo que comemora
tem o seu impedimento,
se tudo aquilo que chora
cresce com o seu fermento;
Pensamento, dê o fora,
saia do meu pensamento.
Pensamento, vá embora,
desapareça no vento.
E não jogarei sementes
em cima do seu cimento."

Arnaldo Antunes

i need some fine wine and you, you to be nicer

"...Well here's a good man and a pretty young girl
Trying to play together somehow
I'm wasting my life
You're changing the world...

I get drunk and watch your head grow
It's the good times that we share
And the bad times that we'll have
It's the good times
And the bad times that we had..."

minha música de hoje

Saturday, May 10, 2008



uhul!

sei

os bilhetes meados em nossa vida têem triturado a poesia que nunca foi meu forte. aliás, que sempre foi meu ponto fraco...

Tuesday, May 06, 2008

adorável saudosismo

minha mãe me disse hoje que tenho um saudosismo engraçado.
penso que a graça é minha volta no tempo por alguns minutos. ou horas.

Tuesday, April 29, 2008

g.


abandono-me, enfim, nos seus braços despejando um peso que não chamo mais de meu num corpo que não se diz mais seu. somos nós.
e certa do seu mergulho em mim, adormeço.

Thursday, April 17, 2008

dona da minha cabeça ela vem como um carnaval...
(...)
eu digo e ela não acredita, ela é bonita, ela é bonita
eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais...

Wednesday, April 16, 2008

aleatória

mora em mim uma melodia abstrata
de rubrosos tons

mora comigo uma ausência branca
de cianos passos
suspirando tons

mora em mim uma despretensão azulada
que caminha e te espera
em imprecisos sons

mora comigo um arrepio suave

que, sufocado
me sussurra e arranha


mora em mim uma folha em branco
de linhas concretas

que te desenham, castanha

num contorno harmônico
mora comigo um silêncio celeste

que me fala brando
e me toca sinfônico

mora em mim aquilo que descompassa em acordes clássicos
que te traz em blues

ana cristina césar

"é muito claro
amor
bateu
para ficar
nesta varanda descoberta
a anoitecer sobre a cidade
em construção
sobre a pequena constrição
no teu peito angústia de felicidade
luzes de automóveis
riscando o tempo
canteiros de obras
em repouso
recuo súbito da trama"

Monday, April 14, 2008

ego

que minha loucura não seja perdoada sabe porquê?
por que metade de mim é amor
a outra metade também

mas meu ego pulsa vez-em-quando
então não perdoa mesmo!


como assim? claro que perdoa.
segundo a origem da palavra, ego é o âmbito humano.. é soma total dos pensamentos, vontades e etc.
logo... claro que perdoa.
mas fica avisado.

Friday, April 11, 2008

sintaxe

senta e sente os dedos nas pontas das palavras
o problema de ter um blog é ter que cortar textos pela metade para não expor além das entranhas. seja lá o que fica pr'além das entranhas.

Tuesday, April 08, 2008

assim,

você não me procura.
me encontra.

é


você ressona em mim não só os mais belos cumes de amor, como você o é.. e você se ressona.
você é o que soa baixo, o que batuca alto, o que pede mais. você é o infinito zelo, o que o intocável elo, o prazeroso som. você é o que pulsa, o que vibra, o que uiva. você é o que geme, o que clama, o que sacode. você é em poema, uma murmurante balada. você é doçura, você é melada, você grita dengo. você suga inquieta, amorosa, morde e me larga frouxa. você me soca a língua, me derruba o corpo, você voa em mim. você me chora quieta, me bebe atenta, me soa sua. você me sua muda, me transborda nua, me encobre crua.
você é o que me acorda zonza, o que me cega prosa, o que me dedilha a pele. você é o acorde, você tem o tom, você embriaga o som. você guarda o sol, você chora em dó, você sussura em fá e adormece em si. você move, você clareia. você me rola tola, me amansa cantada, me retira dissonante. você é o que sobe alto, o que reza baixo, o que assopra o fel.
você define amor.

Saturday, April 05, 2008

embriaga-se

vamos fugir

eu fujo do ócio, do cigarro, do calor - mesmo nunca funcionando -, da ansiedade, de muito pensar, do acomodo. existe acomodo? como eu digo isso? eu fujo de segunda feira, do tempo que passa, de fotos em balada, do sono, de pessoas desinteressantes, de multidões, de barulho, do meu consumismo, da saudade, de obrigações, de caixas pesadas, de compromissos que preciso mentir para desmarcar, de livros incrivelmente chatos, da minha falta de criatividade e de como eu insisto em escrever enquanto ela está passando por mim, de situações que não sei me situar, de piadas que eu não vou rir, de leite gelado, do meu vilão desafinado, da minha professora de francês e das lições que eu devo, de contas, da minha imaginação quando ela resolve se exaltar, do meu mau humor - eu tento, juro que tento.. -, de hábitos prestes a se transformar em hábitos que não são mais bem vindos, do meu mimo, de rock pesado, da preguiça, de textos grandes sem palavras chave, da cama sem lençol, do meu quarto desarrumado - mas sempre acabo nele, veja - de respostas imediatas para cartas nem tão imediatas assim, de notícias ruins, de pessoas que gritam, de pessoas que não sabem a hora de ir embora, da cor 'gelo', de banho frio, de segurar pratos com as pernas pra poder ver tv no sofá da sala, de chicletes, de toalha úmida, de filmes dublados, de cinzeiros cheios quando não consigo fugir do cigarro, ou quando minhas visitas não o fazem, dos dias sem sua presença, de folhas em branco, de filas e de despedidas.
você já se viu como hipótese?
eu adoro essa palavra.

avesso

gente, que sábado com cara de domingo.

blábláblábláblábláblábláblá
bláblábláblábláblá
bláblábláblábláblá
bláblábláblábláblá
bláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá

blábláblá
blábláblá
blábláblá
blábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá
bláblábláblábláblá
blábláblábláblábláblábláblá




mentira, nem tenho tanto o que dizer assim..

Tuesday, April 01, 2008

um deles

uma passagem que não tem saído da cabeça nos últimos dias.. do Eça.

"...E parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!”

do primo Basílio..incrivelmente bonita...
dá até vontade de ser uma ociosa romântica como a Luisa nessas horas. foda-se a crítica.
mas tudo bem, admito não precisar disso... só do ócio de vez em quando. e de uns sorrisos dela ao longo dos dias...


glub

é nessas horas que eu gosto das incríveis passagens de outros escritores. mas acho que nem eles...
abandonei a vida para poder mergulhá-la. em mim. ou seria o contrário...
aaaaaaaaaaaaaaaaah não sei o que escrever.
aliás:

Its a typical situation in these typical times, haha - como diria Dave Matthews...

Thursday, March 27, 2008

Friday, March 21, 2008

refazendo tudo

"...abacateiro saiba que na refazenda tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar... ah ah ahhh ahh ahhh..."

acho que me apaixonei, haha.
essa vida isolada por uma semana aqui no meio de praias, sapos e mosquitos tem me dado bons frutos...já nem tenho mais muito medo de insetos. também, como poderia?

cibelle

caro leitor:
http://www.youtube.com/watch?v=ILFrXREiLrA
veja.
aliás, ouça.

nos links relacionados tem outras músicas e algumas que creio ser de composição própria, ainda não a estudei muito...
mas tá aí uma releitura incrível de "refazenda" do gilberto gil...

Monday, March 17, 2008

tomara

viver cada segundo como nunca mais? como assim? o que é isso? alguém me ensina? acho que de tanto pensar eu saberia o segundo que antecipa o nunca mais...e aí sim.

rebentação

os dias sem tua presença são inesperadamente comoventes e desnorteantes... como quando mergulha-se na rebentação da onda e ao emergir, não se sente mais o chão...

Thursday, March 13, 2008

sinta se

para ouvir ao som de 'oh' do dave matthews


se você insistir e rolar na cama, se as possibilidades permanecerem, se o mundo girar - ou até mesmo se não girar - se você errar o caminho, se você acordar o dia, se você abraçar o sol, se você preferir skol, se você me ensinar matemática, ou dançar jorge ben, se você insistir em dizer, se seu braço cansar, se seu corpo pedir, se você não parar, se você achar tudo legal, se o inverno te deixar triste, se borboletas invadirem o dia, ou se você se atentar, se você sair no jornal, ou se você pedir colo...
se você reclamar da manteiga, se você impor conceitos, se você quebrá-los, se você subir ladeiras e se você não gostar de dias nublados, se você acordar comigo, se você fugir do frio, se você sorrir aberto, se você cantar mutantes, se você chorar escondido, se você esbravejar muito, se você me convidar, se você superar, se você insistir que eu diga, se você quiser sossego, se você fizer cócegas no meu joelho, se você adorar muitos queijos, se seu banho for quente demais, se tudo estiver bem difícil, se você pedir a colcha, se a rita lee sozinha não for tão boa, se eu tiver que levar a caneca até você, se waking life não for bom, se você temer o universo, se você não passar perfume, se você pesquisar, se você reclamar, se você deitar com o sol, se você abraçar o mundo, se você demorar, se você falar de política, se você não andar no mar, se o pôr do sol estiver lindo, se você me levar, se você me guardar, se você andar de teleférico, se seu cansaço cair, se você esquecer da música, se você esquecer o dia, ou se você simplesmente esquecer...

assim e por isso
te olho e te guardo:
amor.

Dave Matthews

"I love you oh so well
Like a kid loves candy and fresh snow..."



www.youtube.com/watch?v=lR33AyciWbc

Thursday, March 06, 2008

Pushing Daisies

Vai estreiar um seriado na Warner chamado Pushing Daisies, que nas primeiras chamadas me parecia incrivelmente bizarro, tratava de algo sobre uma mágica nos dedos de um menino, e enfim, essas coisas sobrenaturais nunca me interessaram muito em seriados. Muito menos na Warner. Eu gosto do humor e das investigações nas séries. Mas então, numa das últimas chamadas do programa, uma dashistórias me paralisou. Uma das tramas do seriado é sobre uma moça que morre, e o seu amante tem o poder de fazê-la voltar a vida, com um toque... e assim eles podem viver juntos novamente.
Mas..ele não pode mais tocá-la...

tentativa

estou aprendendo, juro que estou aprendendo...
ou pelo o menos juro que estou me esforçando...
pra aprender. não pra jurar...

Tuesday, March 04, 2008

uma praga que afaga a pele

Eu provavelmente vou apagar isso antes de qualquer pessoa ler, mas quase se faz necessário escrever isso em algum lugar, já que não cabe na minha testa pra ficar bem claro pro mundo o quanto isso me chateia.
Eu faço um super hiper mega esforço pra dizer as coisas com as minhas palavras, no momento que eu quero dizer. Na verdade, nunca sai no momento que eu quero por que eu sempre acabo atrasando tudo de tanto que reviso as palavras e a entonação.
Então assim, se eu for falar pra você que você é a razão dos dias serem azuis, pensa que foi muito difícil, que qualquer resquício de incômodo com isso me deixaria inacreditavelmente decepcionada comigo mesma, afinal, eu pensaria que o tempo ou a entonação falharam. Ou a minha revisão. E vou desejar não ter falado nada disso e vou acabar calada.

R.

Eu me rendo à Teodoro, ao samba da Benedito aos sábados, às ladeiras, a São Paulo. Eu me rendo hoje, por todos os outros dias. Eu me rendo às borboletas nos dias do seu aniversário, ao começo e aos fins dos dias, até o fim. Eu me rendo às caminhadas, aos longos passeios, aos longos almoços de domingo, aos meus giros, à chuva fina numa noite quente, me rendo aos convites, às ruas escuras, à euforia, aos problemas, às marcas, às grandes avenidas vazias, à saudade, me rendo ao céu nos espelhos de manhã, à Pamplona, à feijoada, ao que desconheço, ao que conhecerei, ao começo de março, ao começo de tudo, até o fim. Rendo meu tempo, meu pensamento, meu corpo e meu olhar. Por fim, rendo assim minha negação. Não pisco.
"..Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho."

(Pablo Neruda)

tá?
procurei um trecho só pra colocar entre parenteses a referência.
aos demais, isso não precisa ter sentido.

Wednesday, February 27, 2008

minha fase azul

não tenho mais vontade de escrever.
mas mesmo contra a minha vontade, quando escrevo, alguma coisa faz as palavras flutuarem. e saírem azuis.

quem sabe isso quer dizer amor..

me lembro de Machado de Assis dizendo: "há coisas que melhor se dizem calando..."

ultimamente, sobre a minha falta de inspiração, ou vontade de escrever, eu poderia dizer:
eu me calo, eu não falo.

com você escrita em mim, eu não te descrevo mais.
mas eu digo - assim calada, assim quieta, assim admirada, quase lenta de carinho. bem quietinha, te desenhando no ar.

fico abraçando seu cheiro, suspirando seu toque, engolindo colorido. fico assim, sorrindo de lado, olhando o raiar de um dia e outro. e eu não páro. nem falo.
só sinto.

Thursday, February 21, 2008

quero colo.

Tuesday, February 19, 2008

quero te ver transcender.

quero saber que caretas você esconde, o que te corrói quando você se faz inteira, o que transborda pelos seus poros e você seca, o que te entorna no chão, em que momento você suspira, atrás de que pano você se esconde, que filme você se passa antes de dormir, o que os seus dedos contam, o que suas palavras não dizem, que palavras você não diz? que entranhas você estranha, que entradas você não entra, que saídas você não vê, que dor te dói em segredo, que prazer você geme calada, o que em você não sacia, o que te grita e voc}e sussura, onde está sua raiva, pra onde vão suas mentiras, quem merece sua verdade, o que comove seus olhos, aonde você se engana, que música você assobia, com quem você dorme quando está sozinha, pra onde levam os seus passos? o que querem seus braços, o que te faz avessa, que peso tem sua cabeça...



quero a beleza que não é bonita todo o dia...

today is gonna be the day...

se meu blog tivesse os ícones de humor para o dia de hoje, eu teria três cabeças.
mal humorada
triste
egocêntrica

na verdade, são todas consequências.

elas foram aparecendo aos poucos e parece que o dia de hoje tem sete cabeças. e eu quero jogar todas elas, inclusive as minhas, contra a parede.

Monday, February 18, 2008

piece of me

eu não gosto de britney spears, mas ela fez minha balada no sábado. aliás, não foi só ela, teve o contexto de vodka com sprite, a sprite, a vodka, e mais sprite. e mais vodka. enfim. a discotecagem também fez parte do contexto. mas a britney mexeu comigo:
http://br.youtube.com/watch?v=89oS4SN4mNg
não olhem o clipe. perde total o clima bom da música..

Thursday, February 14, 2008

ainda na faixa 5

acho que ando romântica demais. a ceumar agora tá falando que vai acabar com esse costume que eu tenho e que ele não me fica bem. devo temê-la?

faixa 5

a ceumar tá aqui cantando no meu ouvido que o amor é um capitoso vinho que nos embriaga com um só pinguinho. a parte que ela me canta 'todo mundo sabe a paixão que você me tem' é deixada de lado, shhh... mas olha só, eu discordo. não quero criar um debate sobre a composição, só quero deixar claro que eu preciso de mais de um pinguinho de amor pra ficar embrigada.


preciso de um e meio. e um sorriso seu.

um céu cheio de estrelas feitas com caneta bic num papel de pão

quero poder todos os dias pisar em flores.
meus dias desanimadores não têm motivos pra serem desanimadores mas têm desânimos por acordarem desanimados. creio que, por que, tudo vira motivo pra um dia desanimador quando se pisa em flores e nem tchum. digo assim, não estou desanimada por que piso em flores e nem tchum. mas veja, se o dia tivesse acordado inspirador, eu adoraria ter pisado em flores. e aí? pápum.

quê?

c.l

"...Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar, não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

Tuesday, February 12, 2008

Aconteceu

Aconteceu quando a gente não esperava
Aconteceu sem um sino pra tocar
Aconteceu diferente das histórias
Que os romances e a memória
Têm costume de contar

Aconteceu sem que o chão tivesse estrelas
Aconteceu sem um raio de luar
O nosso amor foi chegando de mansinho
Se espalhou devagarinho
Foi ficando até ficar

Aconteceu sem que o mundo agradecesse
Sem que rosas florescessem
Sem um canto de louvor ...

Monday, February 11, 2008

ai ai

hoje acordei querendo não me dar responsabilidade nenhuma. aliás, acho que há alguns dias resolvi me livrar desse fardo que é ter o fardo de ter que fazer qualquer coisa. então, hoje eu resolvi não resolver nada.
não acordei, não fui, desliguei o despertador, não ouvi os telefonemas, ignorei o som lá fora, não olhei pro lado, fumei um cigarro e meio, tive medo, aceitei que quero e tive frio na espinha.
agora vou acender um monte de velas, ouvir dave mathews e lembrar de como você fica linda de vestido, e de que com você tudo é sempre mais bonito.

Thursday, February 07, 2008

alice ruiz

alguma coisa em mim
ainda vai longe
alguma coisa em mim
não vai dar pé
alguma coisa em mim
parece que foi ontem
alguma coisa em mim
quer acontecer
alguma coisa em mim
não é mais minha
alguma coisa em mim
saiu da linha
alguma coisa em mim
não disse a que veio
alguma coisa em mim
acerta em cheio
alguma coisa em mim
não tá na cara
alguma coisa em mim
não tá com nada
alguma coisa em mim
não dá desconto
alguma coisa em mim
eu nem te conto
alguma coisa em mim
não tem mais fim

Wednesday, February 06, 2008

nossos sussurros no sofá da sala
e enquanto o sol arregala
a gente não deixa o mundo girar

Wednesday, January 30, 2008

feelin the same way all over again

tenho um abismo na minha varanda, e uma espera em linhas tortas que se ajeitam toda a vez que vejo os mesmos olhos que vejo há dias, incansáveis dias...
fico com o gosto de uva na minha boca já que não tenho outra alternativa ao longo do dia...longo dia e longo gosto enquanto as noite não chegam...incansáveis noites..
suspiro.
incansavelmente te suspiro.

Tuesday, January 29, 2008

Sunday, January 27, 2008

oui

deixa os sussurros no sofá da sala
e onde o sol arregala
não deixa o verão passar

Friday, January 25, 2008

quero escancarar o mundo
sweet like candy to my soul
sweet you rock
and sweet you roll

Tuesday, January 22, 2008

vai vem vou vôo

minha pressa voou.
ou de tão apressada passou minha frente... fiquei assim, lenta e leve.

papel

criar apagar recriar borrar desfazer refazer aparar apagar refazer reparar construir reconstruir e etc.

Saturday, January 19, 2008

meu tempo é quando

Friday, January 18, 2008

pecadinhos

"perdoai nossas faltas
quando falta o carinho
quando flores nos faltam
quando sobram espinhos

eu que vivo na flauta
vivo tão pianinho
vou virar astronauta
pra aprender o caminho..."

Wednesday, January 16, 2008

mas ainda falta alguma coisa
tenho dedos na ponta das palavras e tenho palavras na ponta dos dedos...

Monday, January 14, 2008

reforma

ter tanta gente e tantas situações que me formaram, que me formaram com outros anseios, com menos e outros pudores, menos e outras limitações, gente com lixa nos dedos pra lixar meu ego, ou com faca nos dentes pra tirar a roupa, e que despiram tanto e tantas que no fim despiram-me permantemente em uma ou outra situação.
tanta coisa que me formou querendo as mesmas coisas ou muito mais além delas, muito além de mim, ou que simplesmente me levaram além. no figurativo. ou não. delas, do mundo, de mim.
tanta coisa, tanta gente, tantos anseios, tantos aléns, outros pudores, tanto vôo - de cadeira, de cabeça, o vôo utópico, ou o extâse -, tanta nudez, que formou..disformou, transformou...
que em seguida vem a reforma

Friday, January 11, 2008

a gente sempre tem quem saiba das nossas falhas
mas são outros que as fotografam

Thursday, January 10, 2008

depois de três passos em falso eu ando pra trás. meu equílibrio vem do contra peso.
e que peso...

Tuesday, January 08, 2008

hoje seria o dia em que sairíam coisas incríveis se eu escrevesse, que o papel choraria e daria risada antes que eu o rasgasse..mas eu não tô inspirada. tô preguiçosa. quero ouvir música e mais nada.

Monday, January 07, 2008

anunciação

que venha numa manhã de domingo..
e se anuncie nos sinos das catedrais...



nada em específico.
nem tenho almejado nada, mas essa música do alceu tem mexido muito comigo nos últimos dias...

"na bruma leve das paixões que vem de dentro
tu vens chegando pra brincar no meu quintal
no teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento
e o sol quarando nossas roupas no varal..."

Friday, January 04, 2008

mud

eu nunca tive mudanças muito drásticas na minha vida tirando a segunda vez que mudei pra portugal. da primeira vez, os meus dois anos não me permitiram muita noção sobre o que seria drástico ou não. talvez tirar minha mamadeira ou meus brinquedos fosse extremamente drástico. principalmente se não me devolvessem.. mas além disso, nada.
depois de anos mudando, minha vida continou mudando - e ainda continua, claro - mas com muito fluxo. mesmo com alguns choques, algumas rasteiras, umas porradas na parede, ou na boca - o que sempre vão haver -, as coisas fluiram, as mudanças sempre se encaixaram em outras mudanças fazendo com que tudo mudasse comigo, e assim eu fui. ou fiquei.
mas hoje em dia, aliás, hoje, no dia de hoje, eu resolvi sair do fluxo. resolvi me mudar pra dentro de mim mesma e explodir o fluxo. tem mudado muita coisa em mim e eu não quero fluir com o resto. não espero nada, e não me desespero com nenhuma situação que eu possa vir a encontrar agora. ou depois. ou muito depois.
não quero me acomodar à nada, a não ser, agora, ao meu sofá.
por que "não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada. à parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
ou quase todos..ou alguns.


em meio a isso, ou isso no meio dos meus dias, ontem a noite eu e as meninas [e o Pedro] fizemos um poema dadaísta. interessante pra descrever o que tem se passado pela nossa cabeça nesses dias
ficou assim:


?


um sinuoso descompasso era tão bela marina simples tudo eterno vida lúcido valsa marchada concreta eu, como confusão divino e único má lágrimas mar já que faltava cigarro toque raso preservação amar agnaldo timoteo e nelson neves forévis calar nós beber e embebedar bundão inconfundível azul marca rasgada brilhante desenconto sorte chupava tantos morangos, é nada! alegria amantes origem gleid plug impulso gata louco lapidante todo balaio de gato lua fonte! ser poesia certeza nítida esperança vibrações friendship cwééé! avisaaa! isso merda atenção sapo sapeca estar na andança me cansou muito loira me enchia o saco abraços miragem concretizar é caetano subjetivo morena era tão chata estrelinha nada cruuzes! universo é grito amável coisa da mãe joana...acabou aí! pedro