Saturday, April 05, 2008

vamos fugir

eu fujo do ócio, do cigarro, do calor - mesmo nunca funcionando -, da ansiedade, de muito pensar, do acomodo. existe acomodo? como eu digo isso? eu fujo de segunda feira, do tempo que passa, de fotos em balada, do sono, de pessoas desinteressantes, de multidões, de barulho, do meu consumismo, da saudade, de obrigações, de caixas pesadas, de compromissos que preciso mentir para desmarcar, de livros incrivelmente chatos, da minha falta de criatividade e de como eu insisto em escrever enquanto ela está passando por mim, de situações que não sei me situar, de piadas que eu não vou rir, de leite gelado, do meu vilão desafinado, da minha professora de francês e das lições que eu devo, de contas, da minha imaginação quando ela resolve se exaltar, do meu mau humor - eu tento, juro que tento.. -, de hábitos prestes a se transformar em hábitos que não são mais bem vindos, do meu mimo, de rock pesado, da preguiça, de textos grandes sem palavras chave, da cama sem lençol, do meu quarto desarrumado - mas sempre acabo nele, veja - de respostas imediatas para cartas nem tão imediatas assim, de notícias ruins, de pessoas que gritam, de pessoas que não sabem a hora de ir embora, da cor 'gelo', de banho frio, de segurar pratos com as pernas pra poder ver tv no sofá da sala, de chicletes, de toalha úmida, de filmes dublados, de cinzeiros cheios quando não consigo fugir do cigarro, ou quando minhas visitas não o fazem, dos dias sem sua presença, de folhas em branco, de filas e de despedidas.

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