Thursday, December 28, 2006

true faith

I feel so extraordinary
Something's got a hold on me
I get this feeling
I'm in motion
A sudden sense of liberty

I don't care 'cos I'm not there
And I don't care if I'm here tomorrow
Again and again
I've taken too much
Of the thing that costs you too much

I used to think that the day would never come
I'd see the light in the shade of the morning sun
My morning sun is the drug that brings me near
To the childhood I lost replaced by fear
I used to think that the day would never come
That my life would depend on the morning sun

Saturday, December 23, 2006

chuva e lágrimas, vem já

eu deito e custo a dormir, eu acordo e custo a levantar. custo a acordar.
é fim de ano e parece que quem anda ao meu lado já vê os fogos antes da hora. eu continuo ouvindo a mesma música, continuo bebendo as mesmas coisas pra saciar minha sede que não sacia. sempre me forcei a ser subjetiva quando escrevesse, e hoje não consigo me desvincular.
na verdade eu queria acordar o mundo pra ver se consigo me acordar, parece que continuo dormindo enquanto não aprendo a cuidar de mim, que minhas pernas são frágeis e que não me deixam andar, e na verdade, mesmo que fossem elas, fortes o bastante, eu não saberia pra onde ir. parece que me perdi de mim agora que não encontro o resto, e não me faço nada encontrável longe ou perto...

aí eu continuo só contando os minutos pra isso acabar...
todo mundo costuma ter um porquê. eu não tenho um porquê, eu tenho quais, poréns, mas nunca um porquê. viro a esquina e encontro pessoas e mais pessoas que sempre duvidaram tanto de tudo que as embalava, e hoje estão entrelaçadas à uma razão. mas alguma coisa em mim não se desvincula dos passos apressados que atropelam razões e me deixam no abismo dos quais e poréns.
uma leve alfinetada tem me incomodado todas as noites e manhãs, até mesmo as tardes. como quem diz 'por onde anda o porquê que você sempre buscou o deleito?' e mesmo com argumentos sórdidos à mim e a todos, não me faço convencida de que me sacio com a substituição do mesmo pelo que (não) tenho. aparentemente não tenho nada, passeio de mãos vazias e com os pés fora do chão, mesmo que de vez em quando me apareça algo em mãos, me volte os pés ao chão.. ou os coloque mais acima ainda de onde eles costumavam desfilar.
como se o que a razão que busco para ter em mãos passasse como água pelos meus dedos e me arranhasse, fizesse sangrar. não dói. a dor é passear assim, leve e sucinta de mãos vazias, sem ouvir os pés fazerem barulho quando entro porta a dentro...porque esses...esses planam no ar.

Thursday, December 21, 2006

tambores.

fui desmascarada por qualquer erro de percursão, me desmascarei quando me sentei à tocar. doeu, doeu e ainda dói de vez em quando. na cama, no escuro, no descompasso dos passos, nos desvios dos abraços que minhas mãos sempre fizeram tanto pra suportar... caí deles. e na queda via tudo que acreditava não ser visível a olhos nus. via a miragem do findo traço, infindo num tracejar reto e pararelo ao sol que me aquecia.
a melodia que sempre assobiei pelos cantos - nos encantos meus, os seus, os nossos, os daqueles...nos encantos da cidade, hoje se desfez entre os tantos discos empoeirados que não tocam mais. os números que decorei quando me sentei no banco na véspera de qualquer pode-ser - que se fez ser - hoje se perdeu entre os telefones anotados que nunca foram discados.
eu digo que meu tom descompassado precisa aprender seu ritmo, mas qualquer laço sufoca a possibilidade de compassar o mais compassado descompasso. perdoe-me a ausência e perdoe-me a fatal presença que fiz concreta enquanto me partia em três partes que não suportavam a falta de integridade nos sons que eram aplaudidos e estremeciam a avenida. hoje quem estremece sou eu. e continuo desmascarada quando explicito meu erro de percursão. pra mim, apenas.

Thursday, December 14, 2006

estranhei de ser-me

Sunday, December 10, 2006

sinceramente.

- bom te ver
- bom te ver também. como você está?
- bem. por onde anda você?
- rodopiando pelos mesmo bares nas noites boêmias.
- malibu com abacaxi sem açucar? eu quis dizer, onde anda você agora, dentro de mim? você ainda plana em qualquer lugar em mim, silenciosa e sutil como sempre? desculpe não saber. tenho me perdido em mim mesma com facilidade.
- malibu com abacaxi sem açucar, sim. me perdi dentre a noite, será que me perdi de você, em você também?
- creio que apenas não tenha seguido o mesmo rumo que sempre costumaram seguir. acho que perdi meus olhos enquanto te procurava. mas vou saber te encontrar nessa escuridão, você sempre teve qualquer luz.
- tive, é? pensei que eu era mais um lampião como os outros que já te apagaram e foram luz durante algum tempo. devo dizer que você ainda cresce, e me aquece, e me deixa me achar sem ao menos precisar procurar. sou qualquer coisa encontrável quando te encontro dentro de mim.
- eu me faço encontrável enquanto te perco. quando te acho, te encontro, me aqueço, te vejo, te lembro, meus pés desfilam pelo ar, o desnorteio vem. hoje, isso aconteceu pela primeira vez depois que você partiu. há cinco minutos atrás comecei a subir.
- sei bem. o que você sempre me remetia era o desnorteio. remetia não, você era meu desnorteio, eu rodava e rodava e acabava na puta que pariu, mas com meus lábios nos seus
- melhor o encontrável do que o desnorteio, não é?
- mais lúcido, eu diria.
- meus pés sentem o chão se dissolvendo quando ouço o som da sua voz.
- tenho tanta coisa pra te dizer.
- tenho tantos poemas pra te entregar. eu ainda te faço sair do chão?
- suspirar eu diria que sim. esse seu perfume, você ainda não mudou não é? sabe que é um dos seus maiores charmes. o jeito que esse perfume se ata a você é como todas acabam se atando no final da noite.
- e partem depois.
- e voltam a suspirar.
- seu poder de me deixar sem palavras ainda persiste.
- tem escrito?
- só poemas nas últimas estações.
- você escreve o que quer ouvir.
- a verdade fere, não sou capaz de escrever verdades que virão a corroer meu corpo junto a meus dedos depois.
- escreva. escreva que você ainda me procura dentro de você. e só não acha por que segue o ponto em que sempre quis que eu estivesse estagnada, o ponto que eu não poderia ter abandonado. aquela reta. eu te acho porque você me completa e estagnou em mim em qualquer lugar do meu corpo em que queira achar, mas você não brilha mais na escuridão onde sempre esteve. não há mais escuridão.
- já ouvi qualquer coisa que parecesse com isso. numa despedida nossa. é mais uma mentira para promover um novo encontro? ou uma nova despedida?
- você ainda mente para si? e por consequencia para o mundo, claro...
- tenho trabalhado nisso. mas não me critique dessa forma e nesse ponto, você sabe que sei correr de críticas e que não as suporto. conheço-as bem. de qualquer forma, deixei sempre claro a você que não sabia que porra era você dentro de mim e até hoje não sei. sei que meus últimos poemas de estações passadas esbravanjavam qualquer sentimento que costumava ser gritado a quatro cantos. você se transformou nos meus quatro cantos.
- você quer me acompanhar no malibu e tentar se encontrar, me encontrar, encontrando seu lábios nos meus no final da noite?
- não, eu os quero ver falando, bebendo, escarrando, fumando de uma forma que nunca prestei atenção por só quere-los contra os meus no começo, no meio, e no final da noite.
- você quer passar a noite prestando atenção nas minhas mãos gesticulando enquanto choro pelo peso em minhas costas, vê-las levando os copos e os tragos do cigarro a boca para tocá-las no final da noite?
- não, quero-as para perceber seu toque no mais superficial dos objetos como nunca percebi por querê-las segurando minhas mãos ou seguindo meu corpo como um pincel na tela.
- você não quer nada de mim essa noite?
- quero-a inteiramente, só para meus olhos que creio tê-los encontrado por encontrar você num acaso da noite boêmia. mas de uma maneira nunca tida.
- um malibu com abacaxi sem açucar, por favor.
- um maço do cigarro mais forte e uma dose da bebida mais forte também, por favor.
- por que isso?
- pra acompanhar a dor que você me dói de vez em quando. tudo do mais intragável, que é como me desce te ver e ter que admitir que estamos vestindo o que já não somos nós. ter que estagnar os pés no chão por não ter mais forças.
- você ainda quer dormir comigo?
- você ainda quer dançar comigo?

Thursday, December 07, 2006

dívida.

eu nunca tive muito o que dizer, e nem o que oferecer. e exatamente por isso eu sempre falei muito - e sempre mais do que tinha a dizer - e ofereci demais. aliás, cheguei a dar o que não tinha, e fiquei em dívida.
comigo mesma. e é tudo dívida enquanto não me calo invés de dizer o que não tenho em mim dito.

Tuesday, December 05, 2006

vida vivida sem rodeios da vivida vida - varrida poesia testada pra bater cartão

tenho acordado, vivido e ido dormir com gosto de mudança. tenho mudado a cada passo, e além do cigarro, tenho tragado e trazido pra dentro de mim pouca coisa, e o que trouxe, ainda estou procurando. e parece que não acho. será que não trouxe nada? ou não ainda...
tenho sido superficial em tudo que faço, até na escrita, tenho sido incapaz de escrever belas rimas ou palavras comoventes. não tenho me comovido. 'disco music' tem me dado mais vida do que quem vive em volta de mim e por osmose, me faria viver. e não, isso não é uma reclamação (de maneira alguma), estou muito bem servida com a vida vivida, com 'disco music' ou com o simples som da chuva em tardes cinzentas.

mas indago se ainda vive em mim a poesia, seja ela do avesso ou correta, na estrada reta ou na contramão.

''fostes no silêncio
levando os nós
desenlaçados
sós

teu sorriso seguiu
e tuas lágrimas fincaram em minhas mãos
antes da tua ida
e após

com qualquer tranquilidade
fui quem vê partir
e se parte na metade''

é, até que não esqueci da minha parte poética, tenho tido a poesia viva dentro de mim ainda. essa pouca comoção com a vida que me rodeia - e a alegria ao saber do acaso - tem me ocorrido com frequência, e nem tenho me olhado no espelho pra ver minha vaidade crescer a cada súplica por mudança.
são meia noite e trinta e dois, e em qualquer lugar, e qualquer hora, sem grandes diferenças, dormiria com essa vida latejando dentro de mim.
há quem queira dividir tanta vida comigo, e a dividirei no máximo com minha outra parte que pouco se deixa aparentar em momentos de vida coletiva. e mesmo que não divida minha vida, viverei o mundo comigo.

Friday, December 01, 2006

bambas.

desculpa, desculpa minha fraqueza. não quis correr e fugir, foi um automatismo das minhas pernas que não costumam querer ficar pra sentir o soco no estômago ao ouvir cada palavra que saía como um sopro forte que não pára até que atem o que faz soprar.
ao mesmo tempo não quero ficar sentada esperando que chegue em mim o encanto que outras pessoas tentam me cantar; estou suficientemente encantada com meus transbordamentos de risada e lágrimas, de socos no estomâgo e borboletas no mesmo, aleatoriamente me marcando.
tenho sentado apenas para ouvir a mesma música tocando, e tocando, me fazendo rodar a mesma cena (que ainda não descobri qual é) pra me completar de qualquer coisa que ainda é ausente em mim.
tenho caminhado apenas para chegar até qualquer mesa que se complete de alguém que sente-se e rode, rode junto a mim e que diga 'sê bem vinda' e saiba que bem vindo é, mesmo que venha apenas pelo chamado..ou por dolorosamente querer ficar.