Thursday, December 21, 2006

tambores.

fui desmascarada por qualquer erro de percursão, me desmascarei quando me sentei à tocar. doeu, doeu e ainda dói de vez em quando. na cama, no escuro, no descompasso dos passos, nos desvios dos abraços que minhas mãos sempre fizeram tanto pra suportar... caí deles. e na queda via tudo que acreditava não ser visível a olhos nus. via a miragem do findo traço, infindo num tracejar reto e pararelo ao sol que me aquecia.
a melodia que sempre assobiei pelos cantos - nos encantos meus, os seus, os nossos, os daqueles...nos encantos da cidade, hoje se desfez entre os tantos discos empoeirados que não tocam mais. os números que decorei quando me sentei no banco na véspera de qualquer pode-ser - que se fez ser - hoje se perdeu entre os telefones anotados que nunca foram discados.
eu digo que meu tom descompassado precisa aprender seu ritmo, mas qualquer laço sufoca a possibilidade de compassar o mais compassado descompasso. perdoe-me a ausência e perdoe-me a fatal presença que fiz concreta enquanto me partia em três partes que não suportavam a falta de integridade nos sons que eram aplaudidos e estremeciam a avenida. hoje quem estremece sou eu. e continuo desmascarada quando explicito meu erro de percursão. pra mim, apenas.

1 comment:

anoninonimo said...

Olá, li teus textos e gostei muito.
Parabéns!
Pretendo voltar ok?
Continue assim,
Abraços,
Amanda Zys