Monday, February 19, 2007

bolhas de ar

Esse calor, essa tranquilidade me toma. Uma tranquilidade assim lenta, assim calada para deitar o que até então precisava ser erguido. E agora chove, chove forte e chove rápido, e é como se dentro de mim essa tranquilidade se perdesse, e apenas caísse em mim como um manto que cobre o que outrora não vingou. Agora em mim tudo cresce, a chuva, o calor, a tranquilidade e seus caminhos certos, errados que a levam até minha boca ou minhas mãos, quietas, o que não vingou, o que vingará, a vontade que pela metade é presente, uma vontade sempre fugitiva cheia de paradoxos que abrem mais e mais caminhos dentro de mim.
Tudo é uma grande boca que me toma.
E no silêncio dessa noite, depois de me percorreres dos pés a cabeça, em total fuga calma e compassada, sais de mim, assim, atada a tranquilidade que cobre o que me toma sem saber, e que me deita nos pingos da chuva...

No comments: