Friday, February 02, 2007

contradição nº 34

Gosto do novo. Gosto da folha em branco e a idéia de que tenho um imenso espaço em que posso recomeçar tudo.
Mas a questão é que, hoje não consigo dormir pensando que não quero recomeçar nem apagar o que já comecei. Não só pelo bom senso de saber que isso não acontece na vida, mas pelo motivo de que o que me encanta agora não é um recomeço. E sim um começo bem mais puro.
Hoje em mim adormece a idéia de que tenho que rabiscar todos os papéis em branco pra que estejam aptos à começá-los, começar-me.
Hoje tenho calma mas tenho pressa. Sinto-me contraditória. Não sei responder se quero o começo por não poder recomeçar o que já comecei, ou se o quero por querer sua pureza do branco, empoeirado, passado e amassado.
Sempre almejei muito alto, sempre quis poetizar cada verso, romantizar cada estrago. Mas hoje quero o mais simples e humano do novo, e de tão humano seja novo só em mim. Para começarmo-nos. Com as rimas mais simples da poesia, com o romântico do qualquer coisa por ser e estar.
Hoje, peço o começo. Sem borrachas, para ser meu esboço sem quadro. Quero-o só, quero-o sem nó.
Logo eu que sempre gostei tanto de desamarrá-los...

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