Friday, April 10, 2009

ultimo dia

sentei e não sei bem o que dizer. fico procurando em cada fio de cabelo que bagunço e arrumo, a melhor das desculpas para escrever. não sei. não acho. não tenho uma boa razão

nessa construção de uns anos e poucos - nem tantos, mas tantos para o que posso contar -, eu me apaixonei muito. me apaixonei pelas mais bonitas, as mais velhas, as mais inteligentes. eu me apaixonei por profissões incríveis, pensamentos impressionantes, vidas alucinadas, amores violentos; infinitos sorrisos e infinitas línguas, infinito intelecto e infinita beleza. infinita beleza...
o resto era resto. eu descolava bons versos e colava na testa. fácil e sutil, logo já achava que eu era a personagem das composições do chico. e haja amor pra viver composições do chico.
hoje, chico nao me traduz. neruda não me traduz. até vinicius não me traduz. o que é pensado não mostra linguagem. hoje não me pergunto sua idade, quem sao seus bons colegas, o seu passado, seus filmes preferidos, seu melhores cds, não me pergunto o que você pensa da áfrica, o que você faz p ganhar a vida, seus sonhos, seus méritos. não me interessa seu lugar. "nao me interessa saber da onde é e como veio parar aqui", quero sentir tudo isso. quero tocar o silêncio. quero descobrir novos passos. não quero saber. não quero pensar. quero sentir como sinto a música que toca o que essas cores passeiam. quero tanto que não quero nada
sinto tanto que não sei como sinto
ainda que sinta cada vez mais


nao sei se sei de tudo isso - mas é bonito

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