Wednesday, April 22, 2009

ruas viadutos e avenidas

Você ouve então que 50% da nossa população vem mostrar-se em cima ou abaixo da linha da miséria. E vem a ouvir também que esses, esses mesmos, não tem condição de sequer admitir a possibilidade de absorver a vida, ou de poder absorver o mínimo de conhecimento necessário para poder vivê-la descentemente: com comida, moradia, saneamento básico, respeito, dignidade. isso é o básico. tudo isso é básico.
Sem resposta, você nada diz, nada faz, assim como eu, que não faço idéia do que, aos meus 17 anos, posso fazer além de me lamentar em linhas que mal escrevo, por que não costumo escrever sobre isso - assim como todos nós, todos que nessa imensidão calam diante da fraqueza do nosso governo, da miséria que nos assola, que cala diante dos impostos, do comodismo, da retribuição que se eleva a zero, e senta então, sorrindo em frente as cores da tv brasileira.
Mas eu venho e lhe digo que os outros porcento, estes que estudam em escolas privadas como eu, que vêem - ou não - seus pais a pagar tantos impostos, esses que não destroem na escola ou na vida nenhum de seus preconceitos, ou sequer descem do patamar que lhes colocaram, de classe média, classe média alta, esses que não saciam sua sede; absorvem apenas a alienação - alienação tamanha possível nessas escolas tão intríscecas ao capitalismo que são então parte dele; que personificam em suas instituições um sistema que engole as necessidades intelectuais dos que o podem pagar, ou então o mais: cobram por uma alienação quase explícita e, caso haja, ainda, o desprezo por esse ensino, paga-se: e ao pagar tem-se a libertação da obrigatoriedade de formação intectual. paga-se e não se pensa. paga-se e aprova-se o que não pensa. ainda, paga-se e forma-se. forma-se o alienado, o pobre mais pobre que empobrece todo o nosso país: o que não pensa, o que não age, não indaga, não sustenta.

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