Thursday, April 02, 2009

a gente se apaixona quando e enquanto há a descoberta. descoberta - esse eufemismo pra essa busca de uma extensão mais bonita do que nossos passos, tao tímidos, cheios, surtados e cansados...passos que passo a passo desejam essa extensão tosca e linda. que toca e que lê.
se apaixona quando descobre o cheiro, se descobre o gosto. quando seu coro e sua sorte é tão admirável quanto o samba de vinicius. ou mais
a paixão permenece enquanto descobrimos novos cantos. novos cantos naquilo que não velamos, desejamos. desejamos por que ainda não velamos. enxergamos seus encantos, antes de abordar e abortar as vértices que derramarão lágrimas. lágrimas de quem não se apaixona pelo inesperado. só pelo que espera e quer. e quer mais - e só - suaves notas de violão.
seguimos cheios e entornados num gosto meio macio, meio azul ciano, indelicado de tão delicado....começamos a chamar-nos pelo som.
"que seus passos me estendam ao passo que estendem minh'alma - tão tímida. "
até que paramos o som e começamos a amar o mistério de não haver mistério algum. agora descobre-se a dois. anda-se a dois. sem extensão, mas estendidos, amamos.
ama-se o som da repetição.

e a repetição de todos os novos sons

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