Monday, September 11, 2006

escrito numa manhã com sol e sono, as 8h20

Olá Maria,

Voltei a lhe escrever. Dessa vez sem pressa ou desespero. Sem qualquer angústia com prazo de validade.
Estou na aula, discutindo política. Política me dá sono, e olha que os berros por aqui não estão fáceis. Acredito que já tenha me acostumado com eles. E com os meus.
Hoje acordei querendo relembrar meu sonho e decifrá-lo. E relembrei algumas coisas que não sei de onde vieram. Tudo uma questão de códigos e macetes. Queria decifrar meu inconsciente, já que o consciente me parece vazio. Ou ao menos indecifrável. Iludibriando-me ao vazio.
Ultimamente tenho recebido belas palavras e rimas. E as minhas fugiram de mim. Guardei apenas outras um pouco mais grosseiras e construtivas em mim. Não pra mim.
Mas não as exponho. Nenhuma palavra é capaz de guiar alguém ou algo aonde o mesmo não pode chegar com as próprias pernas. Ou enxergar com seus próprios olhos.
Continuam gritando aqui. Já não bastam os meus gritos entalados na garganta? Ainda tenho alguns outros guardados junto as borboletas que voam no meu estomâgo. Aliás, estão voando por ali faz algum tempo. Sempre que penso em gritar. E como estou sempre pensando em gritar pra aliviar o peito, elas são presentes.
Mas me emudeço por ter me tornado ausente. Ausente em mim.

1 comment:

Anonymous said...

Obrigada, meu amor.
Vou te linkar no blog :*