Sunday, August 02, 2009

voz

Faz frio. De repente estou atada à minha cama. Meus pensamentos me cobrem...
Estou confusa entre o racional e o sentimental. Penso qual é o limite de cada um. Não penso mais.
(...) Logo volto e consigo ver as tantas diferentes posturas que podemos adquirir durante os momentos que nos consomem. Como minha coluna se endireita diferente quando penso. Como meu corpo amolece e quase cai quando estou sentindo. São passos tão opostos...
Mas penso que não me movimento muito enquanto penso. O pensar me dá uma perspectiva do real um pouco mais árida, detalhada, fria, calculada. Minha boca seca assim como meus movimentos. Estou árida também.
Eu sinto tão pouco que nem me lembro de como é quando sinto. Sei da moleza. Da vulnerabilidade. Mas é difícil desconstruir a minha racionalidade. Estou atada a ela com os pulsos livres. (não os sinto)
Mas sei que meus olhos são mais doces enquanto sensível;
Quando penso meus olhos comem. Sugam todos os outros olhares, movimentos, rastros, restos e todas as entrelinhas: tudo se come- tudo se traga.
Meus olhos doces não se alimentam. Eles sentem o vento, vêem a beleza: isso basta.
Minha confusão me confude. Tudo me remete a uma questão moral que me contorna e me segue. Estou cega.
O que meus braços farão? Para onde irão meus abraços?
Ouço.
O que ultrapassaríamos se nos guiássemos pelos ouvidos?

No comments: