tão sozinhos ainda que completos
nossa alma usa nosso corpo para deixar-se tocar,
e o que ela grita o corpo sussurra
e no sussurro daquele, encontramos o grito.
tão sozinhos ainda que completos
nos acometemos no infinito de um lago ensolarado
entregamos nossos dedos e nossa saliva
entregamos nosso chão
ansiosos para nos salvar da estrada da dúvida
do que seremos nós
para então acometer-se no lago do que ouvimos falar
e descobrir quanto podemos ser
entregamos nossas rotas
nosso passado
todos os passos que demos
todas as chuvas que secamos
para afogar-se no óbvio do presente:
nos entregamos ao que nos habita
calado
supõe então que nos jogamos para concretizar o infinito,
para saber quanto dura o sempre
qual é a dureza das horas.
tão completos, pensando não saber o sabor do sol
em qual felicidade o tempo dobra
e a lua corre
pulamos
mas podemos nós nos entregar à sensação de vôo mais vezes ao mesmo tempo?
sem dividir-se
sem partir - (se)
haverá naquilo que vivemos toda a nossa totalidade?
Sunday, August 02, 2009
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