todas essas palavras
tão duplas, tão sós
dizem sempre a mesma coisa
sobre versos, nós,
de como o vento voa
para quem esquece
eu pretendia dizer numa única nota
num som só de tão somente
um "sim" que sussurrasse seus significados
em diversas línguas
inversas ou não...
por infindas etnias,
por toda a humanidade,
povoada de diferentes tons
pardos
vermelhos
um sim que unisse todas as palavras
para amanhecer o dia
e que dissessem o que ninguém disse
um cálice às negações
um cálice tão silencioso que dorme
tudo que se nomeia
e nessas palavras que todos os poetas repetem
decor em cor
eu sumo
porque desfaleço ao perceber
que as palavras me comeram
e o poema que faria de ti
fiz pr'aquilo que não te pode ser:
as palavras.
o não dito pelo já dito
eu te escrevi para entender
que só no silêncio
uma nota que ainda não descobri
podia musicar-te
Wednesday, August 19, 2009
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