Monday, April 10, 2006

parto do princípio de que, enquanto houver perguntas sem respostas, haverá amor.
o mistério é minha a balança pra qualquer tipo de concepção em relacionamentos amorosos, sem ele, a monotonia me domina, e é improvável de que a existência de afeto - ainda - seja constante. não uso o monótono como sinônimo de rotina, a rotina pode ser imparciavelmente misteriosa, sem monotonia alguma.
quando responder todas as minhas perguntas sobre concepções e sentimentos alheios, meu inconsciente trabalha pra que surjam mais perguntas, mais mistérios, pra me manter constante em pensamento e alma - o problema é se não surgirem.
a minha busca por respostas é quando me encontro em pensamento com o mundo alheio, quando sinto que estamos perto, não só em corpos um ao lado do outro, e sim em pensamentos, concepções, conceitos, sentimentos - em alma. é uma busca insasiável, e quando se sacia, tudo o que passamos se faz inexistente, a ausência se apropinqua. não existem mais motivos pra continuar a rotina, até que ela se torne monótona.
(é por isso que acredito que acabar um relacionamento no auge da paixão, por um lado, seja o certo. sem deixar a dignidade cair, e monotoniedade se aproximar.)
no meio tempo de descobrir respostas, e reconhecer outras questões, tudo se torna enfadonho, e se o meio tempo for vasto em demasia, a constância de encontros em corpo e alma se ausenta de forma questionadora (não para mim), sem restos..

minha rotina de busca insasiável por respostas é o que me delicia em tudo isso.

3 comments:

Anonymous said...

só existe amor/afeto, enquanto tiver dúvidas? bom, eu discordo desse seu ponto de vista, claro que sempre vamos ter perguntas. isso quer dizer que quando 'acabar' elas, tiver todas explicações, o amor acaba junto? o amor não seria o etendimento em primeiro lugar, pra aí sim poder continuar alguma coisa? primeiro temos as perguntas, as dúvidas, afinal, às vezes não conhecemos nós mesmos, quanto mais enteder o próximo, precisamos estar dispostos a isso, ter certeza do sentimento, pra não fazer nada em vão. imagina sair por aí querendo entender tudo e todos. então não tem como o amor acabar a partir do momento que todas as perguntas acabam. isso viraria rotina? mas todas suas perguntas não são rotinas, também? giram em torno da mesma coisa, o contexto é sempre o mesmo, mudam pequenos detalhes, apenas. quando conseguimos chegar no ponto de entendimento, de ser entendido, o amor deve ficar mais claro, vc 'lutou' pra chegar nessas respostas, pra tudo acabar? não, não acredito nisso.
mariana, estou cansada de dizer pra você parar de se mutilar com essas perguntas que não levam em nada. você não precisa disso pra se manter constante em seus pensamentos e ideais. o problema não é quando não surgem, e sim que você não consegue mais ficar sem pensar nessas perguntas, e fica criando tantas coisas desnecessárias.

sabemos que se sentir próximos é uma questão de ligação de pensamentos, e não do físico. se eu me sinto próxima de alguém, o que a distância significa? nada, ela é relativa demais. e essa busca nunca se sacia, é uma busca eterna para a perfeição, para estarmos ligados, para um entendimento de nós próprios e daquele que queremos por perto.

o monótono pra você é o entendimento das coisas? a busca por ele que não seria o monótono? e outra, você não vai chegar tão fácil para esse entendimento final. me diz como fazer para acabar um relacionamento no auge da paixão, essa eu não tenho idéia. por mais que no fundo você possa achar que seja o certo, para não deixar cair em rotina, ninguém faz isso, vc gosta, ama, não vai querer deixar. e se apaixonar é uma palavra tão forte, é tão grande a diferença de amar e se apaixonar, o amor não acaba, a paixão é passageira. portanto se você ama, não vai querer acabar nada, se afastar, e a paixão é o 'fogo', momentâneo, vai se desgastar, vai acabar, e bem antes da monotonia chegar perto.

o dia-a-dia é uma rotina, é previsível, sua busca pelas respostas de tudo é apenas um detalhe para sua rotina. e se isso te delicia, ótimo. mas uma hora você vai cansar, amor.

Mariana V. said...

mudam perguntas, mudam respostas, mudam conceitos, e isso não se torna monótono. quando tudo se torna explicítto é que se torna monótono.
procuro por que jamais saberei a resposta final, é fato. mas se a souber? que graça vai ter? nenhuma. não pra mim.

nem eu me entendo. um dia chego lá :)

Anonymous said...

mudam as perguntas, as respostas, e continua na mesma rotina. e todas perguntas e respostas giram em torno da mesma coisa, se tornando monótono, por mais que sejam perguntas diferentes. quando se torna explícito, facilita as coisas, e não se tornam monótonas. se você sabe que jamais terá a resposta final, pq continuar? e outra, se você nunca vai chegar ao final, não pode dizer que vai se tornar explícito. e, má, se não vai ter graça saber as respostas, pq insiste em saber?

hm, claro, todos chegaremos.:)