Saturday, November 04, 2006

esmagando o céu do chão

Alguns risos que riem do espiral que se formou me enchem de mim, e a sede que o espiral espirra me esvazia alguns instantes após os risos avassaladores.
Claro que estamos sempre todos propensos a mergulhar no mais azul do azul, ainda mais vendo algum vermelho em quem já mergulhou. Que caiamos, que aproveitemos o azul enquanto é azul, mas que saibamos, nós, que as asas que me deram foram feitas para serem, além de abrigo, asas. Na sua literal emissão e significado.
Mesmo que os pés se cansem de bater e os braços de remar, que eles não se confundam nas linhas tortas e pouco promissoras do espiral. Ainda mais quando têm o dever de voar. O vermelho se alastraria e o espiral clamaria cada vez mais pelo azul...espirrando até se ver sem ar.

Desculpem pelas palavras, todas as palavras. Desde as mais sem significado até as que não tiveram precaução da consequência que trariam se fosse emitidas, desculpem o espiral que não deveria nada mais brilhar do que o seu preto pouco brilhante. Desculpem as inconsequentes fugas das nuvens em que deveria sobrevoar. Desculpem o pouco frio em mim, descupem o muito frio em momentos sinuosos, os muitos laços, os muitos deslaços, a complementação que vi onde não deve haver nada mais que algum cobertor em traços um pouco mais delicados.
Desculpem-me coração, mente, corpo, alma...

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