Wednesday, November 22, 2006

azedo.

O caminho de voltas e mais voltas - passando pelo balanço na cor de limão que, azedo, experimentei a alguns dias atrás quando ainda desconhecia esse caminho um tanto quanto desconcertante por conta das suas pontas arrendondadas que levam sempre ao centro, ou me roda em suas extremidades -, subitamente me levantou ao eco que não escutava a tempos. Subi, subi sem ao menos cansar minhas pernas nos degraus da escada que me levantou por conta da sua própria força. E o eco que ouvi era tão conhecido como o limão. Até mais íntimo. Me senti tocada nos segredos que sempre gritei e que hoje guardo em minhas mãos atadas a velha calça que não uso mais, e nas mãos de quem já havia experimentado o gosto azedo comigo nos bons tempos que ainda usava aquela calça.
Olhei lá de cima e vi que o eco era tão ensurdecedor que teria que descer toda aquela escadaria de novo, mas receava ser com as minhas próprias pernas, e que chegasse cansada e com o gosto azedo do limão em minha boca lá embaixo quando visse novamente aquele balanço. Ou então teria que subir mais ainda, e como eu não sei, por que a vista da linha em que me encontrava era a que me parecia a mais alta, mesmo sabendo que acima de mim voavam alguns pensamentos que teria que pegar.
Continuo namorando a escada pra saber se devo me render a aura da mesma que me chama para baixo. Ou se subo, e subo.

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