Monday, July 17, 2006

minhas rimas não tem mais efeito
e sinto rochas musicando na minha cabeça
meus passos seguem o ritmo do defeito
que vejo em cada passinho dançado a minha frente.


talvez sem rimas fosse mais fácil descrever
meus olhos vigiando os passos de dança
a fumaça estorando meu peito
minhas rimas sem efeito.

nem gritos se debatendo com o vento da janela
me explodem as cordas vocais
como elas costumam explodir por sorrir ao teu lado
por ouvir, por ouvir tua voz me dizendo qualquer coisa
qualquer coisa que me deixe revirando
tirando os sorrisos inexistentes do baú que customo guardá-los
sorrio e no mesmo tempo explodem cordas vocais
por não berrar no teu ouvido
qualquer coisa, qualquer coisa....

talvez qualquer coisa me faça pensar
o jeito mais fácil que fosse lhe dizer
que nada é nada,
mas um quase nada se ve quase completo
branco. como tu.

o sol se põe, e que luz vai guiar vc a mim?
não há luz
e não há quem guie
pra além dos pés cinzentos
que te rodeiam corpo e alma.

teus labios movimentam no ritmo da musica
e minha cabeça estatica sente pedras musicando algumas notas barulhentas
tento me virar do avesso, de ponta cabeça e de todo o lado
vai saber alguma coisa saia vomitada como essas palavras que não descrevem nada.

números e palavras:
esqueci de apagá-los da caixa
como se olhá-los dentro dela
fizesse tocar a melodia mais sutil e ao mesmo tempo ensurdecedora -
como se redissem tanto números e tão poucas palavras
dentro de uma caixinha de música
que acompanha a bailarina, fazendo-a dançar;
e acaba caindo só na dança, sem bailarina,
e logo, sem dança,
e somente o esquecimento de apagá-los.

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