Thursday, June 29, 2006

peço desculpas a mim mesma.
por não saber manejar a realidade a minha volta, por nao ter dominio exato sobre aminha realidade, por fingir uma realidade nada exata. por torná-la não exata diante da mais pura exatidão que foi conquistada com travas e trancos. peço desculpas por procurar por mim a cada dia, e colher fragmentos alheios, desnorteando. desnorteando o que estava certo. o que era exato. aliás, nada é exato. minha realidade gira em torno dos fragmentos meus e dos outros e nada me deixar ser exata, sentir a exatidão. sou baseada na incerteza, vivo no quando, sinto o que sou. ou sou o que sinto. ou simplesmente não sei. vêm em mim sensações que me fazem pedir perdão a mim mesma por deixar a minha realidade girar. por não me fazer estática. por deixar a direção no poder do vento. por fingir uma realidade nao exata. torná-la não exata. chorar por nao me perdoar. e tornar a me pedir perdão por tudo. por falar, por sentir, por procurar o entendimento alheio. por procurar a mim e me perder nos cacos que venho encontrando. esmurrando meu silêncio.
peço desculpas por mim. peço desculpas a mim. peço desculpas por não me silenciar no momento mais realista do silencio. por fingir. por mentir a mim mesma. e por continuar buscando fragmentos em cacos de vidros.
não sinto. busco. e peço desculpas a mim por isso. por me perder na busca. e me tornar tão repetitiva de acordo com a vontade que sinto de escrever em linhas horizontais tudo que sinto saindo dentro de mim. ou o que na verdade esta encoberto, e não deve sair. peço desculpas por querer escrever tudo que sinto saindo dentro de mim ou o que na verdade está encoberto e não deve sair, sendo que é inexistente o que procuro descrever. é indescritivel por que desnorteio. é silêncio. é puro, não há explicações nem plausíveis nem explicações por si. INDISCRITÍVEL. sensação nem um pouco extremista. apenas peço desculpas a mim mesma, e não me desculpo.


em outro ponto que me desnorteia. o que é isso? paro pra olhar as nuvens de fundo, o brilho inexistente que me toca. o que é isso? quero descrever o que eu sinto. quero descrever meu rosto olhando. quero quero tanta coisa.....quero entender. me entender. entender o que me roda. tá longe. ai. lembro do que não foi. ai. minhas palavras não são capazes de nada. nem de dominar a terça parte do que me toma. tá vazio. não tenho nenhum controle sobre esse contexto que me enreda, me envolve e envolta. me desmorona e edifica. me perdi.

me deparei com o nada mais ensurdecedor. que me cegou em tudo. que me explodiu no mundo e despedaçou em fragmentos de fragmentos o que sou, o que sinto. e hoje não sei mais se sou o que sinto, ou se sinto o que sou.
ou se simplesmente não sou. nem sinto.
aliás. sinto. e sou. mas o que sou e o que sinto foram levadas pelo vento. me varreram.

3 comments:

Anonymous said...

foda!
como todos os outros

Mariana V. said...

quem é o anonimo? identifique-se, vá. :)

Anonymous said...

existencialismo puro ein!