Friday, February 13, 2009

satelites

hoje vi passos despassados
que se espaçam e flutuam
na passarela do tempo
hoje ouvi tão bem
uma voz dissonante que desfila
desfila e marcha
e caminha
um corpo que nao insinua
tao pouco cheio de curvas
tocado por assobios
de passarinhos,
enquanto mãos tão sem cor
deslizavam o ruivo entardecer
na palma.
um sorriso seco e gritante, ouve-se
que suave se põe e levanta
nu
um corpo, em suma, não tão belo
assim como nem mãos, pés, sorriso ou olhos
nada belo como nada belo é o nu
mas nu como é nu o belo

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