Monday, February 16, 2009

eu tenho um monte de palavras nas minhas mãos e não sei o que escrever. não nasce mais em mim a idéia de escrever essa coisa bonita e viva que não vivo mais. não pertenço mais as palavras que me cabem, pertenço sim ao céu azul cinzento que nasce em mim e na semana como a semente de um girassol, e não encontro mais ...
vez em quando tento procurar respostas em perguntas cósmicas ou tão distantes de mim como essas. como quando procuro definir essa luz que cega e apaga em mim com a inspiração de quem ainda a tem. o que restou em mim não sei, não sei ao certo lamentar minha respiração, mas lamento a ausência do suspiro. lamento que não viva em mim uma fúria enorme, que não venha a mim a maré em dias de ressaca e que me trague inteira para me levar s cigarros que engulo e adoeço enquanto trago deles o que não trago de mim.
lamento minhas mãos tão firmes e minha espinha tão seca. lamento meus olhos, tão sem pulso quando as paredes do quarto...acordo e desejo todos os dias que pulse. que essa vida e esses dias cinzentes pulsem como pulsavam. espero minha inspiração tão aflita quanto um dia de chuva, que alguma coisa responda essas coisas que eu pergunto sem saber o que são nem por que são. eu só desejo que sejam..sejam alguma coisa, qualquer coisa, essa coisa feia e tosca, ou que venha a beleza em seu desajeitado balanço e que caia sobre mim, enfim, com a força de um tornado...

1 comment:

Flakes said...

O objetivo de uma armadilha de peixes é pegar peixes; quando eles caem na armadilha, ela é esquecida. O objetivo de uma armadilha para coelhos é pegar coelhos; quando estes são agarrados, esquece-se a armadilha. O objetivo das palavras é transmitir as idéias. Quando estas são apreendidas, as palavras são esquecidas. Onde poderei encontrar alguém que se esqueceu das palavras? É com ele que gostaria de conversar... CT
beijooooooo