Monday, March 13, 2006


Não falei contigo com medo que os montes e vales que me achas caíssem a teus pés...Acredito e entendo que a estabilidade, lógica de quem não quer explodir faça bem ao escudo que és...Saudade é o ar que vou sugando e aceitando como fruto de verão nos jardins do teu beijo. Mas sinto que sabes, que sentes também, que num dia maior serás trapézio sem rede, a pairar sobre o mundo e tudo o que vejo...É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro, que a minha bola de cristal é folha de papel, e nela te pinto nua, nua, numa chama minha e tua, numa chama minha e tua. Desconfio que ainda não reparaste que o teu destino foi inventado por gira-discos estragados aos quais te vais moldando, e todo o teu planeamento estratégico de sincronização do coração são leis como paredes e tetos, cujos vidros vais pisando.
Anseio o dia em que acordares por cima de todos os teus números, raízes quadradas de somas subtraídas, sempre com a mesma solução! Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso, harmonioso ao teu gesto mimado e à palma da tua mão.

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